Comunicação

“…Promover uma cultura de respeito, de diálogo, de amizade” (II)

Foto: Pixabay

Partindo, então, do novo mapa, ou da reconfiguração do processo comunicacional, na sociedade contemporânea, somos convidados a pensar que a sociedade atual se rege pela midiatização, quer dizer, pela tendência à virtualização das relações humanas, à excitação de todos os sentidos e emoções, à provocação do imaginário e dos desejos.

Hoje, o indivíduo é solicitado a viver pouco “auto-reflexivamente” e mais na superficialidade do que percebe, sabe e sente. No horizonte comunicacional da interatividade absoluta, põe-se em primeiro plano o envolvimento sensorial, a pura relação.

A própria recepção ou consumo dos produtos midiáticos pode ser vista como uma atividade rotineira integrada em outras que são características da vida cotidiana.

Daí a importância de, além de observar esse fenômeno, é necessário educar para a relacionalidade e trabalhar com cuidado as interações, os usos e os consumos no contexto das dinâmicas culturais.

Assim, a atenção se volta, primeiramente, para os processos que estão envolvidos na recepção, para o modo de construir significados e para os mecanismos de resignificação e aplicação da simbologia midiática entre outros aspectos.

Aí ocorrem os processos de negociação, de significação, dos novos sentidos. Pois, como vimos, com as novas tecnologias, aonde estamos imersos, não temos mais simplesmente novos aparatos, mas sobretudo novos espaços simbólicos, geração de significados, formas inéditas de relações, oportunidades de novas identidades, novos sujeitos.

Foto: Pexels

A mensagem de Bento XVI, para este 43º Dia Mundial das Comunicações vem nos dizer, entretanto, que, justamente, nesse novo panorama comunicacional, por vezes assustador, está a oportunidade de promover uma cultura de respeito, de diálogo e de amizade. Tudo depende de uma pessoa bem formada nos princípios. Isto requer:

– sistemas educativos que apontem, desde a infância, para essa possibilidade (e para isso, os documentos da Igreja, sobretudo Igreja e Internet e Ética na Internet -2002, são enfáticos sobre tal necessidade). Uma educação (escolas, Universidades), competente em compreender e discutir as modalidades e linguagens comunicacionais contemporâneas, apresentando e dialogando sobre os valores essenciais da pessoa humana, sob o ponto de vista humano-cristão. Assim, o conteúdo que circulará nas “interatividades” existentes na cultura digital será de respeito, de amizade e de valorização do ser humano. Trata-se de grande oportunidade para a educação, pois toda a expressão comunicacional será o “produto” daquilo que a pessoa tem dentro de si, como princípio, como valor;

– a produção de programas (softwares, ecc) e conteúdos que favoreçam uma plataforma que favoreça e promova o desenvolvimento de conteúdos que constroem e alimentam o respeito, a dignidade e as relações de amizades e bem estar do ser humano. A circulação desses valores, nas interconexões, nas interfaces que as novas tecnologias nos proporcionam, dependem também da criatividade de quem produz comunicação – os operadores da comunicação. Reside aqui uma tarefa de grande responsabilidade para esses profissionais e a quem o Papa faz um apelo todo particular. De modo especial, são eles os atores principais na construção de uma sociedade pautada nos valores e a quem devemos apoiar e nos unir.

Oxalá, a mensagem de Bento XVI seja de estímulo para a discussão, o debate, a conscientização e para novas criatividades, dentro e fora da Igreja, para a construção de uma sociedade comunicacional baseada na promoção do respeito, do diálogo e da amizade. Valores estes constitutivos da evangelização, missão essencial da Igreja.

Continue lendo sobre este assunto no artigo: "Novas tecnologias, novas relações: respeito, diálogo, amizade" (I)
 

Site Desenvolvido por
Agência UWEBS Criação de Sites