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A oração que impulsiona Paulo à missão 

A oração de São Paulo Apóstolo vai da ação de graças à bênção, do louvor à intercessão, do hino à súplica e à missão

O Apóstolo Paulo é um mestre de oração. No primeiro documento escrito do Novo Testamento, ele recomenda aos tessalonicenses para cultivar o espírito de oração, quando lhes diz: "Orai sem cessar" (1Ts 5,17). Com outras palavras, diz o mesmo aos romanos e aos efésios: “Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” (Rm 13,14), "sempre e por tudo dai graças a Deus Pai, em nome de nosso Senhor, Jesus Cristo. Com orações e súplicas de toda sorte, orai em todo tempo, no Espírito" (Ef 5,20. 6,18).  E Paulo afirma  que podemos ser casa de oração: "Cristo habite pela fé em nossos corações" (Ef 3,17).

Ser casa de oração

Um Padre da Igreja, São Gregório Nazianzeno, diz: "É preciso lembrar de Deus com mais frequência do que se respira". 
E Jesus deixa claro quais são as condições para esta memória: “Se alguém me ama, guardará a minha Palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele morada" (Jo 14,23).  

A primeira condição é, então, o amor. E a segunda, guardar a Palavra. Paulo entendeu esta proposta. Isto está claro quando ele afirma: "Esta vida que agora vivo, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim"  (Gl 2,20). Esta experiência paulina passa por etapas ou momentos.

Foto: Arquivo Paulinas

Primeiro momento: encontro pessoal de Paulo com o Outro

A Igreja diz que a oração se torna interior, se torna vida, na medida em que tomamos consciência daquele “com quem falamos”. (CIC 2704).
Abordado no caminho de Damasco, Paulo quis saber quem o interpelava: “Quem és tu, Senhor? ” Esta foi a pergunta que fez naquele momento. E a resposta lhe foi dada: "Eu sou Jesus, a quem você está perseguindo" (At 9,5). Este é o aspecto fundamental da oração: a descoberta da identidade do Outro. Na conversão de Paulo, o Outro está também nas pessoas a quem ele persegue. Caem as máscaras, caem as “escamas” que ocultam a visão e fecham as portas ao Deus da vida. Neste primeiro momento da oração, do reconhecimento da identidade do Outro, poucas são as palavras. Estas são como gravetos que alimentam o fogo do amor. O diálogo com Jesus e o consentimento de Paulo permitiram que o Senhor viesse habitar a sua noite e o curasse de sua cegueira. 

Segundo momento: a oração da Igreja faz de Paulo um missionário

Em Damasco havia um discípulo chamado Ananias. O Senhor o chamou e lhe disse: “Procure um homem chamado Saulo, apelidado Saulo de Tarso. Ele está rezando. Esse homem é um instrumento que eu escolhi para anunciar o meu nome aos pagãos, aos reis e ao povo de Israel. Eu vou mostrar a Saulo quanto ele deve sofrer por causa do meu nome.” Então Ananias entrou na casa e impôs as mãos sobre Saulo, dizendo: “Saulo, meu irmão, o Senhor Jesus, que lhe apareceu quando você vinha pelo caminho, me mandou aqui para que você recupere a vista e fique cheio do Espírito Santo.” Imediatamente caiu dos olhos de Saulo alguma coisa parecida com escamas, e ele recuperou a vista. Em seguida Saulo se levantou e foi batizado (Cf. At 9,10-18). 

Foto: Arquivo Paulinas

Paulo ficou alguns dias com os discípulos em Damasco e logo começou a proclamar nas sinagogas que Jesus é o Filho de Deus. 

Terceiro momento: estilo de oração paulina -  em sintonia com o projeto de Deus

É o próprio Apóstolo Paulo quem recomenda: "O Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza, pois nem sabemos o que convém pedir; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que sonda os corações sabe quais são os desejos do Espírito, pois o Espírito intercede pelos cristãos de acordo com a vontade de Deus.

Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem dos que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o projeto dele. Aqueles que Deus antecipadamente conheceu, também os predestinou a serem conformes à imagem do seu Filho, para que este seja o primogênito entre muitos irmãos.  E aqueles que Deus predestinou, também os chamou. E aos que chamou, também os tornou justos. E aos que tornou justos, também os glorificou.

Foto: Arquivo Paulinas

O que nos resta dizer? Se Deus está a nosso favor, quem estará contra nós? Ele não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós. Como não nos dará também todas as coisas junto com o seu Filho? Quem acusará os escolhidos de Deus? É Deus quem torna justo! Quem condenará? Jesus Cristo? Ele que morreu, ou melhor, que ressuscitou, que está à direita de Deus e intercede por nós?

Quem nos poderá separar do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? Como diz a Escritura: “Por tua causa somos postos à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro.” Mas, em todas essas coisas somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou. Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem os poderes,  nem as forças das alturas ou das profundidades, nem qualquer outra criatura, nada nos poderá separar do amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor (Rm 8,26-39).

É assim, paulina, a nossa oração? 

 

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