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A ideia de reservar uma data para celebrar os pais ganhou força nos anos 1950 aqui no Brasil. A motivação era comercial, mas pela influência do Catolicismo, a data escolhida tinha relação com São Joaquim, pai de Maria e, portanto, avô de Jesus.
Mais tarde a data foi transferida para o segundo domingo de agosto e atualmente, São Joaquim é lembrado, ao lado de sua mulher, Santa Ana, no Dia dos Avós (26 de julho). Na comemoração do Dia dos Pais é impossível não falar sobre São José, o homem escolhido por Deus para ser o pai adotivo de Jesus.
Pai é quem escolheu a nobre tarefa de guiar um filho e cabe a ele ser como São José: expandir o seu amor, servir e proteger a família, ensinar e acolher. Mas, além de São José, você conhece outros pais que são citados na bíblia?
Pais nos textos sagrados
Na Bíblia há alguns personagens que são pais: Jacó (Gn 29–37;49), Davi, José do Egito e José, esposo de Maria (Mt 1–2). Mas o que dizem as passagens em que são citados? Que exemplos elas dão?
A doutora em Teologia, Ir. Rita Gomes, NJ, explica que Jacó é o grande patriarca, pai de doze filhos que se tornam as doze tribos de Israel: “Jacó tem filhos de suas duas esposas e das escravas delas e isso faz com que essa família poligâmica tenha relações complexas entre os irmãos. Jacó tinha preferência por José, e também por Benjamin, embora a Escritura não explicite esse fato. Em Gn 37,3 é dito que ele amava mais a José por ser filho de sua velhice, se assim o fora sua preferência deveria ser por Benjamin que era ainda mais novo que José (Gn 35,16). No entanto, a esposa amada morre ao dar à luz a Benjamin. O mais provável é que seu amor diferenciado para com José seja pelo fato de que, além de ser um filho gerado em sua velhice, ele é o primeiro filho da esposa que ele amava”, afirma.
A religiosa explica que Jacó abençoa a cada um de seus filhos e não apenas ao primogênito como parece ser o costume. E ele faz o mesmo com os filhos de José: Efraim e Manassés. “Já Davi tem uma relação um tanto peculiar com seus filhos, pois chega a disputar o reino com um deles. No entanto, ele faz uma lamentação fúnebre e pública pela morte de seu filho Absalão”, acrescenta.
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No Novo Testamento, o destaque vai mesmo para José, o esposo de Maria. De acordo com o relato do Evangelho segundo Mateus, trata-se de um pai que não mede esforços para garantir a segurança de seu filho. “Isso é patente no relato de seu desterro para o Egito, pois deixa casa e parentela com o único propósito de manter seu filho vivo e bem. No entanto, o pai por excelência na Escritura é o próprio Deus. Ele é pai porque se revela à humanidade como pai, assim declara que os humanos são seus, reconhecendo que somos seus filhos”, esclarece.
Amor que cuida e educa
A Escritura não entra em detalhes sobre sentimentos ou momentos específicos de carinho entre pais e filhos, a relação de paternidade é marcada pelo tempo e a cultura. O amor paternal é demonstrado, sobretudo, no cuidado e na educação.
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“Com esses personagens aprendemos que a paternidade não traz com ela a perfeição do genitor, às vezes há preferências, às vezes o não reconhecimento da condição de gerador. Assim, aprende-se que a paternidade está para além do vínculo biológico, ela é muito mais de reconhecimento do filho que da geração física. José declara que é pai de Jesus quando o assume inteiramente, no cuidado e na educação”, ensina a Ir. Rita Gomes, NJ.
Os exemplos mais inspiradores não constam desses trechos que relatam histórias de pais com seus filhos, eles estão no livro de Provérbios, onde encontramos princípios de sabedoria para a educação dos filhos. “Em Provérbios esse tema é tão explícito que há orientações em como comportar-se em todas as situações da vida. Como nos exemplos: ‘Meu filho, não rejeites a disciplina do Senhor nem a desprezes, quando ele te corrige, pois o Senhor corrige os que ele ama, como um pai, ao filho preferido’ (Pr 3,11-12). E ‘Meu filho, não escapem estas coisas de teus olhos: conserva a prudência e o conselho [...]’ (Pr 3,21)”, finaliza a religiosa.
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