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Como sacerdote há mais de 19 anos e como autor do livro “Confessar... O quê? Por quê? Como?” (Paulinas, Brasil 2019; Portugal 2020) compartilho com você alguns conselhos que vão ajudar a experimentar a confissão como encontro com a misericórdia do Pai, sem medo e com tranquilidade.

Sabemos que o ano inteiro é tempo da misericórdia do Pai, mas especialmente na quaresma, tempo em que somos chamados a renovar em nós a graça do batismo, podemos viver intensamente esta experiência de reconciliação e retorno ao abraço do Pai que tanto nos ama por meio do sacramento da confissão.

Para experimentar bem este sacramento de cura pelo qual Cristo, o Bom Pastor, cuida das nossas feridas espirituais, precisamos ter alguns cuidados.

Quem se prepara já percorreu boa parte do caminho

É verdade que Deus pode tocar nossa sensibilidade em uma palavra que ouvimos ou num canto com que louvamos a Deus, mas a boa preparação é essencial para que não apenas identifiquemos nossos pecados, mas possamos avaliar quanto nossa consciência está confusa ou nossa liberdade está ferida pelo pecado.

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Para que esta preparação seja frutuosa, três atitudes são importantes:

Rezar e pedir a graça de examinar-se bem para ser capaz de identificar os pecados e o quanto nossa consciência e liberdade estão comprometidos;

Suplicar o arrependimento por amor a Deus para crescer cada vez mais na graça de ser filho no Filho; 

Anotar os pecados e ocasiões de pecado em que nos envolvemos: isso ajuda a fazer uma confissão mais clara, permitindo que na hora da confissão não sejamos apenas tomados pela emoção, mas pela compreensão de nossos pecados. Você pode anotar em papel ou mesmo no seu celular.

Vivenciar a confissão com serenidade, testemunhar com alegria

Se a preparação for bem feita, a confissão sempre é mais serena. A boa preparação nos ajuda a não fazer da pressa ou da emoção do momento a nossa motivação.

Isso permite, por exemplo, que você tenha tranquilidade para ver o melhor horário para se confessar em sua comunidade ou até mesmo agendar, evitando aquela atitude de querer pegar o sacerdote pelo laço para atender você de última hora.

É certo que sempre se espera que o sacerdote tenha disponibilidade para atender às confissões, mas quanto mais as coisas são feitas com tranquilidade, melhor elas são experimentadas.

Além do propósito de corrigir-se, de fugir das ocasiões que nos aproximam do pecado e cumprir a penitência que o sacerdote nos dá, vale muito a pena encontrar uma oportunidade de testemunhar para as pessoas nossa alegria por ter vivenciado o sacramento da confissão.

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Seja uma palavra compartilhada a um amigo, seja uma mensagem pelas redes sociais, isso tudo às vezes cai no coração do próximo como um chamado do Senhor para que ele também experimente a alegria da reconciliação e a graça da misericórdia do Pai.

A graça que você testemunha se torna a graça que a outro também é oferecida.

Se você gostaria de conhecer mais sobre o sacramento da confissão, esclarecer mais dúvidas e conhecer algumas curiosidades, recomendo a leitura do meu livro que mencionei acima. Você encontra em toda rede Paulinas de livrarias.

Fica com Deus e desejo a você uma santa e frutuosa confissão!

 

Padre Cleiton Viana da Silva pertence ao clero da Diocese de Mogi das Cruzes (SP), é doutor em teologia moral pela Academia Afonsiana (Roma), leciona na Faculdade Paulo VI e é autor pela Editora Paulinas de várias obras. Redes sociais: @padrecleitonsilva