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Você sabe o que é um guia alimentar? Ele aborda os princípios e as recomendações de uma alimentação adequada e saudável para toda a população.
Desde 2006 o Brasil possui um guia para chamar de seu. Publicado pelo Ministério da Saúde e apoiado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), o Guia Alimentar para a População Brasileira é reconhecido internacionalmente e configura-se como um instrumento de educação alimentar e nutricional no SUS (Sistema Único de Saúde).
A publicação apresenta um conjunto de informações, análises, recomendações e orientações sobre escolha, combinação, preparo e consumo de alimentos que objetivam promover a saúde das famílias brasileiras.
Além de fornecer recomendações sobre escolha, preparo e consumo de alimentos, o guia considera os fatores do ambiente que favorecem ou dificultam a colocação em prática dessas recomendações, indicando formas e caminhos para aproveitar vantagens e vencer obstáculos.
O guia valoriza a cultura alimentar e a produção local de alimentos. Também apresenta informações sobre produtos ultraprocessados – que fazem mal a nossa saúde –, relacionando evidências que relacionam seu consumo com o aumento de obesidade, doenças crônicas como diabetes e pressão alta, câncer e até depressão.
Atualização constante
Em 2014, as diretrizes do guia foram revisadas, o que culminou na elaboração da segunda edição do documento, com o objetivo de expandir o conhecimento sobre alimentação entre os brasileiros.
“A publicação reúne e sintetiza mais de 180 evidências científicas. O conteúdo teve a colaboração de mais de 80 cientistas e especialistas da área de alimentação, incluindo o Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde) e a Cátedra Josué de Castro, ambos da USP (Universidade de São Paulo)”, explica a coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec, Janine Giuberti Coutinho.
Janine Giuberti Coutinho, coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec. Foto: Arquivo Pessoal
Qualquer recomendação nutricional hoje tem de ser baseada em evidência científica e é preciso ter em mente que a nutrição é uma ciência dinâmica, com pesquisas que evoluem constantemente.
Sem falar que, com o passar dos anos, a população muda alguns hábitos alimentares, assim como mudam condições ambientais e sanitárias que podem repercutir em seu estilo de vida.
Os 5 princípios do Guia Alimentar:
• Alimentação é mais que ingestão de nutrientes
• Recomendações sobre alimentação devem estar em sintonia com seu tempo
• Alimentação adequada e saudável deriva de sistema alimentar social e ambientalmente sustentável
• Diferentes saberes geram o conhecimento para a formulação de guias alimentares
• Guias alimentares ampliam a autonomia nas escolhas alimentares
Cozinha regional
A valorização da cozinha regional é uma prática saudável e orientada às raízes e culturas alimentares. Baião de dois, frango com quiabo, moqueca... E aquele arroz com feijão acompanhado de jiló refogado?
O guia promove a “comida de verdade”, feita com ingredientes frescos, da horta de casa ou comprados na feira orgânica.
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Por falar em orgânicos, acesse o Mapa de Feiras Orgânicas , uma ferramenta de busca disponibilizada pelo Idec que tem o objetivo de estimular a alimentação saudável em todo o Brasil mostrando a localização de feiras e estabelecimentos onde é possível adquirir produtos orgânicos com preços acessíveis.
“O Guia Alimentar também reforça a importância do ato de comer e a comensalidade, que é o convívio em torno da mesa. Aborda as circunstâncias – tempo e foco, espaço e companhia –, que influenciam o aproveitamento dos alimentos e o prazer proporcionado pela alimentação”, finaliza Janine Giuberti Coutinho.
Recomendações para uma boa alimentação:
• Tornar alimentos in natura e minimamente processados a base da alimentação.
• Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos.
• Limitar o consumo de alimentos processados (conservas, compotas, queijos, pães).
• Evitar o consumo de ultraprocessados.
• Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, em companhia.
• Fazer compras em feiras livres, sacolões, mercados que ofertem variedades de alimentos in natura.
• Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias, principalmente, com crianças e jovens.
• Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece – da compra e organização dos alimentos até a definição do cardápio e a divisão das tarefas domésticas relacionadas ao preparo das refeições.
• Preferir comer, quando fora de casa, em locais que sirvam refeições frescas (restaurantes de comida caseira ou a quilo).
• Ser crítico quanto à publicidade de alimentos, que tem como único objetivo o aumento da venda de produtos.