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A proibição do uso de dispositivos digitais nas escolas é um avanço, afinal a conexão dos alunos deve ser com a escola e não com o celular. O uso excessivo de aparelhos eletrônicos atrapalha a concentração e prejudica diretamente a aprendizagem.
A lei que proibiu o uso nas escolas foi bem recebida pela população, mas isoladamente não resolve o problema. “É que o uso está muito naturalizado. Aqui na escola já adotávamos restrições antes mesmo da aprovação da lei, mas é essencial que as escolas também ofereçam para os alunos a possibilidade de compreensão do uso da tecnologia, as facilidades, os limites, a responsabilidade. Essa discussão é muito mais do que um debate sobre o uso de uma ferramenta ou um aplicativo, ela envolve questões éticas e de responsabilidade”, afirma a diretora da Escola Nossa Senhora das Graças, de São Paulo, Ligia Mori.
Falamos sobre este tema na matéria “Por que a proibição dos celulares nas escolas é uma ótima notícia?”, e agora queremos destacar o papel da família nesta jornada em busca do equilíbrio entre o on-line e o off-line.
Controle e supervisão
Uma pesquisa do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) apontou que a maioria dos pais (77%) entende que seus filhos estão seguros na internet.
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O levantamento também mostra que metade das crianças de 9 a 10 anos tem usado sem supervisão de seus responsáveis para vídeos e jogos e que um terço dos usuários de 9 a 17 anos já passou por situações ofensivas ou que não gostaram em ambientes virtuais.
Os dados comprovam a necessidade de supervisão e controle das atividades das crianças e adolescentes no ambiente on-line. Afinal, de que adianta restringir o uso na escola, mas passar o resto do dia frente às telas? É imprescindível que os responsáveis estejam atentos ao controle do conteúdo, o tempo de tela, e as interações que seus filhos têm na internet.
Movimento Desconecta
Co-fundadora do movimento Desconecta, Fernanda Prada Machado. Foto: Divulgação
“A infância e a adolescência são muito curtas para serem vividas em um smartphone”. É com esta frase que o Movimento Desconecta defende a redução, o controle e o adiamento do acesso a smartphones e redes sociais por menores de 14 anos. Trata-se de um movimento social que propõe um grande acordo coletivo entre pais e cuidadores: não dar um celular aos filhos até os 14 anos e nem acesso às redes sociais até os 16 anos. “Percebemos que a pressão social desempenha um papel significativo na decisão dos pais de darem um celular aos filhos. Muitos pais relatam que preferiam não ter cedido, mas acabam sucumbindo à pressão social – o famoso ‘todo mundo tem’ – para evitar que seus filhos se sintam excluídos do grupo”, explica a co-fundadora do movimento, Fernanda Prada Machado.
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O controle do uso da internet feito pelos pais deve ser encarado como uma tarefa que faz parte da educação dos filhos. Isso se chama controle parental e é indispensável para os menores que vivem no mundo digital.
Lembre-se: a maneira como você se relaciona com a tecnologia serve de exemplo para o seu pequeno! Adiar o uso dos smartphones é uma escolha que está relacionada à segurança, ao bem-estar e ao desenvolvimento socioemocional das crianças.
“O Movimento Desconecta propõe algo que possamos fazer imediatamente e que está apenas em nossas mãos, enquanto pais. Queremos ser agentes dessa mudança!”, finaliza Fernanda Machado.
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