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Esta é uma proposta que o Papa Francisco faz à Igreja e ao mundo, na celebração dos cinco anos da Encíclica Laudato si’. O lançamento foi em 12 de setembro de 2019, convocando os representantes da Terra para assinarem um compromisso comum, com o objetivo de reconstruir este Pacto. Uma proposta atual que completa cinco anos!
A proposta do Pacto Educativo Global (PEG), se coloca na linha do magistério do Papa Francisco, formulada na Exortação Apostólica Evangelii gaudium (Evangelho da alegria – EG) e na Carta Encíclica Laudato si’ (Louvado seja).
Na Encíclica EG o Papa convoca a sermos uma Igreja “em saída”, que vai ao encontro das pessoas e faz o anúncio “a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo e sem excluir ninguém” (EG 23).
Já na Laudato si’, ele lembra que “a educação será ineficaz e os seus esforços estéreis, se não se preocupar também por difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação com a natureza” (n. 215). Neste sentido, a educação é condição de êxito deste pacto, uma educação comprometida com a “Ecologia integral”.
Ao propor este Pacto, o Papa reconhece a necessidade de unir esforços para formar pessoas maduras e com responsabilidade na construção do bem comum. Inspira-se no provérbio da sabedoria africana: “para educar uma criança é necessária uma aldeia inteira”.
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A imagem ou metáfora da aldeia evoca uma ampla aliança pela educação, que chama toda a sociedade a assumir a responsabilidade e não se limita a pessoas ligadas à Igreja católica.
De forma que, os esforços do Pacto devem envolver todos os profissionais, das diferentes áreas, professores, pesquisadores, agentes e gestores públicos, pessoas que se ocupam com o futuro das novas gerações e os próprios jovens, enquanto sujeitos de seus processos formativos.
Nunca, como agora, sente-se a necessidade de unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna.
No anúncio do Pacto o Papa desenha esta situação: “o mundo contemporâneo está em transformação contínua, vendo-se agitado por variadas crises. Vivemos uma mudança epocal: uma metamorfose não só cultural mas também antropológica, que gera novas linguagens e descarta, sem discernimento, os paradigmas recebidos da história.
A educação é colocada à prova pela rápida aceleração – a chamada rapidación –, que prende a existência no turbilhão da velocidade tecnológica e digital, mudando continuamente os pontos de referência. Neste contexto, a própria identidade perde consistência e a estrutura psicológica se desintegra perante uma mudança incessante que ‘contrasta com a lentidão natural da evolução biológica” ( Laudato si’, 18). Confira a mensagem na íntegra:
Helena Corazza, fsp, jornalista, doutora em Ciências da Comunicação pela USP, docente no SEPAC (Serviço à Pastoral da Comunicação)
Autora do livro “Educomunicação. Formação pastoral na cultura digital”, Paulinas.
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