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Os dispositivos móveis como notebooks, smartphones, tablets e TVs fizeram de tudo para transpor a magia da telona para tamanhos menores. As redes de cinema investiram em tecnologia de projeção e sistema de som, sem falar das salas com cadeiras reclináveis ou que balançam de acordo com a ação do filme.
A finalidade era convencer o espectador a não trocar o cinema pela televisão que agora está repleta de atrações dos serviços de streaming (aquele serviço que você contrata para assistir a quantos filmes e séries quiser).
Enquanto os estúdios hollywoodianos precisam apostar em blockbusters, com produções multimilionárias para atrair o público aos cinemas, os serviços de streaming conseguem oferecer por valores acessíveis uma variedade enorme de programas: documentários, séries, animações, curtas e longas metragens. E, ainda por cima, há um crescente investimento na produção de conteúdos originais. De acordo com Elisabetta Zenatti, vice-presidente de conteúdo da Netflix Brasil, a empresa vai investir R$ 1 bilhão em produções no país nos anos de 2023 e 2024.
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Falando no Brasil, o cinema tupiniquim teve seu início em 1896, quando foram exibidos no Rio de Janeiro uma série de filmes curtos retratando o cotidiano nas cidades europeias. A história do cinema brasileiro pode ser dividida em épocas muito distintas, que de certa forma moldaram as produções nacionais no decorrer de mais de um século no país.
Em nossa historiografia cinematográfica, esses períodos incluem os primeiros filmes e o domínio de Hollywood, o surgimento do cinema sonoro, as chanchadas, o Cinema Novo (movimento destacado pela sua ênfase na igualdade social e intelectualismo), o Cinema Marginal (que pregava a ideologia da contracultura), a Embrafilme (empresa de economia mista estatal brasileira cuja função foi fomentar a produção e distribuição de filmes brasileiros), a crise dos anos 1980, a Retomada e a Pós-Retomada.
As últimas duas décadas foram marcadas pelo sucesso de boas produções nacionais, muitas delas levaram milhões de espectadores para as salas de cinema, mas as crises políticas do atual governo e a pandemia de COVID-19 desaqueceram o mercado e colaboraram para o crescimento e a audiência dos serviços de streaming.
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Para o diretor, roteirista e professor de cinema, Pedro Nicoll, há uma evolução na temática dos filmes atuais. "Antes, com o mercado aquecido, os temas eram aleatórios, mas agora há muita diversidade de propósitos nos roteiros desenvolvidos, na ideia de democratizar uma equipe e de uma produtora apoiar a outra. A marginalização do artista potencializa o discurso crítico que estava um pouco perdido", finaliza.
Confira como o avanço da tecnologia explica a história do cinema na matéria Da película ao digital.