Música

Como a música regula nossas emoções

“Pra você e eu e todo mundo cantar junto”

Você já notou como seu corpo reage ao ouvir músicas de que gosta? Respire fundo, feche os olhos e deixe fluir o que sente, recebendo o que a melodia, harmonia, letra, compasso trazem até você.

Escutar canções libera neurotransmissores como a dopamina, que estão associados ao prazer, felicidade, alegria, saudade, etc., e ao que chamamos de sistema de recompensa, pois nos devolve imediatamente o que sentimos.

Se atentarmos, cada estilo musical nos faz sentir diferentes. Por exemplo: se ouvirmos uma música nostálgica, ela pode nos levar a várias situações da vida repletas de saudades. Românticas nos reportam ao amor, situações vividas ou não; assim por diante...

Que potência tem a canção! Para quem a interpreta, toca ou para quem a escuta. Ela pode ressoar nossas experiências e valores, garantindo uma conexão emocional.

Foto: Pexels - Cottonbro Studio

A escolha consciente de músicas pode influenciar o humor de maneira significativa, refletindo em nós os nossos sentidos e sensações como diversão, beleza, relaxamento, tristeza, sonho, triunfo, ansiedade, medo, aborrecimento, desafio e animação.

O ritmo tem a ver com o tempo e a velocidade dos sons, podendo ser dividido em classes como: samba, jazz, blues, pop, rock, balada, etc.
Gosto de identificar qual instrumento musical mais me atrai e o tanto que posso ser conectada às minhas emoções e sentimentos através dele, ou deles.

Se ouço uma orquestra e sinto as várias dinâmicas que ela faz, posso ter várias conexões com esses instrumentos. A expressão da voz compõe concomitante aos instrumentos e são a ponte para as interpretações tão marcantes. É de arrepiar!

Karla Fioravante, Andréia Zanardi e Dalva Tenório do grupo Cantores de Deus. Foto: Juliene Barros

O processamento musical se dá em múltiplas áreas cerebrais relacionadas à memória, espacialidade (tempo e espaço), funções de atenção, concentração e, diante disso, é quase impossível sair imune de uma experiência sonora.

Considerada “linguagem universal”, ou seja, se comunica sonoramente em qualquer lugar do mundo, independente do idioma, sendo que as notas estão em possível compreensão auditiva.

Uma pessoa pode se sentir profundamente tocada, enquanto outra, que escuta a mesma música, não sente nada; uma pode se sentir mais feliz e encorajada, enquanto outra sente-se mais entediada. Isso demonstra como tal linguagem pode nos acessar. Somos singulares e plurais.

Podemos sentir de forma única quaisquer sensações. Neste ponto de vista, podemos então compreender um pouco de como algumas músicas fazem sucesso e atingem um grande público que sente da mesma forma e canta junto. Já singularmente, algumas não agradam a todos e, sim, a públicos específicos.

A música também pode ser utilizada como tratamento, principalmente em casos neurológicos, como Alzheimer, que traz as memórias de longa data para o presente e faz a pessoa cantar algo que marcou sua vida; assim como em quadros de autismo onde a música é uma via, um canal de comunicação, seja com instrumentos percussivos ou harmônicos.

A amplitude dessa via tão rica nos faz viver rodeados de sons. Andamos pelas ruas com fones, vamos trabalhar ouvindo músicas, dançamos, cantamos e quão belo é ver as pessoas entoando a mesma melodia! É uma experiência inesquecível para quem interpreta como para quem escuta.

Viver com música nos faz mais felizes!
 
Karla Fioravante é integrante do grupo Cantores de Deus, psicóloga e musicoterapeuta.Tem especializações em Psicopatologia pela USP e Sexualidade Humana pelo IPq e Pérola Byngton; e pós-graduanda em Filosofia e Autoconhecimento pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). É autora dos livros “Entre pausas e reticências”, “Entretantos” e “Entrelinhas”.
 

 
 

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