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Como lidar com a influência dos amigos?

Se somos a média das cinco pessoas com quem mais convivemos, como escolher os amigos? É válido deixar se influenciar pelas pessoas nas redes sociais?

Foto: Pexels

Certeza que você já ouviu sobre a teoria de que “você é a média das cinco pessoas com quem mais convive”. Esta frase, atribuída ao escritor americano Jim Rohn, significa que o meio em que vivemos influencia nossas ações, pensamentos e sentimentos, refletindo em todas as áreas da vida. 

De alguma maneira, somos influenciados pelas pessoas que estão ao nosso redor. Mesmo sem interesse, de forma gratuita e sincera, procuramos pessoas que possuam algum horizonte comum de vida para ser nosso amigo. Diante disso, como escolher os amigos? O que devo buscar no outro? É válido deixar-se influenciar pelas pessoas que sigo nas redes sociais?

Quem dá pistas do caminho a ser trilhado é o psicanalista, professor de Filosofia na PUC-MG e autor de Paulinas, René Dentz: “No mundo atual, somos influenciados pelas redes sociais e pelos grupos de WhatsApp, o tempo todo. Esse fato, somado à característica de solidão e isolamento em que muitos se encontram, é um caminho aberto para ser persuadido. Por isso é tão importante se conhecer, refletir sobre si mesmo e sobre seus desejos. O que realmente você deseja? Trata-se de uma resposta fundamental à nossa existência, que inclui elementos conscientes e inconscientes”, orienta.
  
Quem está à sua volta?

Estudos mostram que as conexões sociais afetam as conexões neurais, ou seja, as pessoas tendem a pensar e agir de forma semelhante a quem passam mais tempo. A gente absorve as atitudes, crenças, opiniões, comportamentos, estilo de se vestir e jeito de falar das pessoas com quem nos relacionamos. Por isso, é essencial ficar atento àqueles que nos cercam.

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“Infelizmente, as pessoas têm sido influenciadas por ‘influencers’ na maioria narcisistas, pragmáticos, gananciosos e rasos! Em um mundo real, nossos primeiros influenciadores são nossos pais, a família, a escola, a comunidade religiosa... O primeiro passo para escolher seus amigos é saber quem você é! Depois, entender que amizade engloba frustrações, incompreensões, críticas. Uma amizade verdadeira sobrevive às adversidades, tanto aquelas advindas da própria relação, como as que surgem da vida. Amigo é alguém que escuta e fala, que chora e ri conosco, que nutre um afeto gratuito”, explica o psicanalista.

Poucos e bons amigos

Algumas pesquisas sobre o comportamento humano têm mostrado que as pessoas estão se isolando cada vez mais e as amizades virtuais têm ganhado espaço. “Há muito tempo escuto, sobretudo de crianças e adolescentes, que elas preferem seus ‘amigos virtuais’, pois, caso eles não correspondam às suas expectativas, podem simplesmente bloqueá-los. Estamos cada vez mais vivendo em uma sociedade em que todas as relações passam a ser efêmeras e devem servir a uma dimensão narcísica: ‘quero um amigo que não me desafie, não me frustre, que não me traga problemas’”, adverte René Dentz.

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A verdade é que é mais saudável ter poucos amigos, mas reais, sinceros e gratuitos. De nada vale os 10 mil amigos virtuais da rede social quando precisamos de um abraço. Amigo tem história, face, corpo, afetos. Então, será mesmo que “você é a média das cinco pessoas com quem mais convive”?

“Sim e não! Definir o ser humano a partir dos seus relacionamentos é um equívoco. Por outro lado, pode apontar algumas características. Temos influência não somente do mundo atual e dos relacionamentos do presente, mas também somos constituídos pelos relacionamentos do passado, desde a nossa infância”, finaliza René Dentz.

Está na Bíblia:

- Quem anda com os sábios, será sábio, mas quem anda com os tolos acabará mal (Provérbios 13, 20)
- Diga-me com quem andas e te direi quem tu és e Não vos enganeis. As más companhias corrompem os bons costumes (1 Coríntios 15,33)

 

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