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Apesar de não ser uma disciplina escolar, muitas instituições de ensino promovem a educação ambiental atrelada às aulas de Ciências da Natureza, Biologia, Química e Física. Mas por que a educação ambiental nas escolas é tão importante?
Ela promove consciência ecológica, aborda a preservação dos recursos naturais, reafirma a relevância do meio ambiente e promove o consumo consciente, explicando os impactos da exploração desenfreada.
Inserir a educação ambiental e também a educação climática de forma estruturada, contínua e transversal em todos os currículos escolares é essencial para uma sociedade consciente, que ame a vida, tenha empatia pelo próximo e pela vida do planeta.
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Para a presidente do Instituto Árvores Vivas e representante da sociedade no Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da cidade de São Paulo, Juliana Gatti Rodrigues, as escolas são espaços de interação com o meio ambiente, sua função também é de promover a conexão com a natureza e o diálogo com especialistas de diferentes áreas.
“As escolas devem abrir suas portas para a comunidade, criando ambientes para que as crianças e os jovens atuem, cuidem e tenham contato com diferentes alimentos, biodiversidade de espécies e ambientes verdes, locais brincantes e acesso a atividades que promovam o desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras e sensoriais. Também devem estimular valores essenciais para uma vida de paz, de respeito às diferenças nutrindo uma aprendizagem baseada em experiências reais de conexão com a diversidade ambiental de cada local”, afirma.
Defensor do meio ambiente
O papa Francisco nos ajuda nesta educação da consciência a respeito do meio ambiente, através da Carta Encíclica Laudato Sì. Segundo ele, a Igreja sempre esteve atenta às mudanças climáticas e à preservação da natureza.
O pontífice critica o consumismo e o desenvolvimento irresponsável e faz um apelo à mudança e à unificação global para combater a degradação ambiental e as alterações climáticas. Ele defende a mudança do atual modelo de produção e consumo: “Como indicado por vários setores do mundo científico, a mudança desse modelo é urgente e não pode mais ser adiada. Devemos passar da cultura do descarte a estilos de vida baseados na cultura do respeito e do cuidado, do cuidado da criação e do cuidado do próximo, perto ou distante no espaço e no tempo. Estamos diante de um caminho educativo para a transformação da nossa sociedade, uma conversão tanto individual quanto comunitária".
Onde eu vivo
Sim, é preciso percorrer um “caminho educativo” para o desenvolvimento de uma cultura ambiental na sociedade. Para começar, que tal conhecer a história ambiental da região onde você mora? Aprenda sobre o bioma, as espécies de fauna e flora, envolva-se em atividades comunitárias de cuidado no seu bairro.
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“Somos um dos países mais ricos em diversidade ambiental do mundo, são tantas espécies, paisagens e parques naturais que podemos conhecer! Podemos também nos inspirar de forma criativa e artística, estudar sobre a história dos povos originários destes locais. Reconhecer os sabores de plantas nativas, os perfumes na época das floradas, as cores e texturas dos mais diferentes elementos, as formas e comportamentos dos animais são símbolos da nossa identidade e patrimônio”, acrescenta Juliana Gatti Rodrigues.
Mais próximos da natureza
A presidente do Instituto Árvores Vivas para Conservação e Cultura Ambiental sabe bem do que está falando. A instituição conduz ações para aproximar todos da natureza por meio de criatividade e informação. O intuito é promover maior vínculo, conservação natural e desenvolvimento de cultura ambiental na sociedade. Para isso, a entidade une dados científicos com vivências de estímulo multissensorial para estimular empatia, afeto, memórias, identidade e promover relações ambientais integradas entre sociedade e natureza por meio da educação, saúde, cultura, assistência e conservação.
“Você sabe reconhecer uma árvore de pau-brasil? Sabe como os povos indígenas chamavam o Brasil antes da invasão européia? Já visitou a nascente de rio que está viva, mesmo que sufocada debaixo do asfalto, perto da sua casa? Reparou no voo das borboletas que visitam as flores nos canteiros de rua que ligam uma praça ao parque? Se falta área verde na sua região, que tal começar uma horta comunitária? Troque uma vaga de carro na rua, por uma árvore que trará sombra e umidade para o ar. Converse com o poder público, desenvolva um relacionamento social para melhorar a região onde você vive em termos ambientais. Busque representantes que defendam a causa ambiental. Agir na defesa do ambiente, salva a nossa própria vida!”, finaliza.
Saiba mais: Instituto Árvores Vivas para Conservação e Cultura Ambiental
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