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Conflitos em curso pelo mundo

Foto: Pexels

Em 2017, foi o ano em que aconteceu na província de Cabo Delgado o primeiro ataque por parte de um grupo terrorista em uma aldeia chamada Oasse, que fica ao norte da Província, no distrito de Mocimboa da Praia.

Desde então, aquilo que foi algo pequeno, fator isolado e sem muita clareza do que poderia ser começou a crescer e tem as suas várias fases até os dias de hoje.

Já se passaram os seus 7 anos desde o primeiro ataque e o que vemos hoje é de maneira muito clara os passos que tomaram e o que se pretende com estes ataques. 

Pelos dados dos ataques feitos nestes 7 anos há muita gente que diz que esta guerra já matou muito mais do que a guerra civil que passou o país anos atrás. Somente quem presenciou algum ataque pode com certeza testemunhar que para além das mortes é um cenário de muita violência, tortura e de atos desumanos terríveis que é capaz de marcar vidas com cenas muito tristes e formar uma geração formada pelo deslocamento constante e incertezas do futuro de muitas crianças que nasceram em meio as matas, campos de refugiados e em lugares de risco.

Hoje, podemos falar que esta guerra tem a sua base em três princípios: É uma guerra de base econômica porque nesta região do país há muitas riquezas naturais, entre elas: o ouro, gás, pedras preciosas, grafite, sem contar que é uma zona muito produtiva.

É uma guerra política porque desde sempre os terroristas se declaram contra o partido do governo e os sinais são que a cada ataque eles destroem todas as estruturas do governo, e por fim, é uma guerra religiosa, pois nestes ataques feitos nestes últimos meses anunciaram que tem como alvo implementar a religião muçulmana e aqueles que não se converterem, terão a suas vidas tiradas.

Até o presente momento, as províncias que foram atingidas pelos ataques foram as que ficam ao norte do País: Cabo Delgado como o epicentro dos ataques, Nampula e Niassa. Ambas, recebem diariamente inúmeras pessoas que se deslocam de um lado para o outro deixando tudo para trás e buscando somente um lugar onde possam estar em paz. Com isso, há o aumento da fome, famílias que se desestruturam e ficam sem lugar para seguirem a sua vida.

Foto: Freepik

Aqui, a grande preocupação por parte do restante do país em poder constatar que aquilo que tinha como algo isolado e pequeno, começa a ter uma grande proporção e que preocupa todo o país pela falta de resposta por parte do governo e ver o grupo criando forças e se expandindo sem nenhuma resposta eficiente por parte das autoridades.

Pelo contrário, vendo o triste cenário de muitos militares jovens perdendo a vida nestes combates por não terem preparação e materiais suficientes para tal.

O povo desta região, como em sua maioria no país, vive do que se planta no campo, pois é deste meio que retira o alimento para a sobrevivência e para a aquisição de recursos monetários para outras necessidades.

É um povo de vida simples e economicamente vive do mínimo, a partir das casas construídas de pau a pique e que lutam a cada dia para poderem sobreviver, pois apesar do país ter enormes riquezas, motivos pelos quais os ataques são frequentes, o povo não desfruta dessa riqueza.

A Igreja, como mãe acolhedora, sempre busca consolar o seu povo, seja oferecendo em Deus o seu conforto e força, seja nos gestos solidários em estar junto com o povo em suas necessidades de modo que partilha os seus dons e leva a todas as comunidades a fazer também este grande gesto.

A Igreja se encontra presente nos hospitais, na educação, nos projetos sociais do campo e profissional bem como neste momento de guerra presente para socorrer nas necessidades básicas de saúde e também alimentícia.

As congregações religiosas, Paróquias, comunidades e demais pessoas se juntam para que o sofrimento deste povo possa diminuir, é aqui que vemos que a solidariedade do povo moçambicano se faz muito presente no que diz respeito à solidariedade.

Foto: Freepik

Neste momento, a maior ajuda é se juntar, em gestos de partilhas, junto a Diocese afetada, por meio de recursos monetários devido a dificuldade das vias de acesso, de modo que quando essa ajuda chega ao seu destino é feito o levantamento de maior necessidade do momento e se faz o direcionamento.

Diante da impossibilidade de alguma ação concreta de nossa parte, fica o apelo de vencermos este mal com um exército de almas que se colocam diante do Senhor e que reza pelo fim da guerra neste país e no mundo onde todos perdem.

Como dizia nosso pai seráfico São Francisco: Senhor, faça de mim um instrumento de vossa paz!

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