Catequese

Deixai vir a mim os pequeninos - A catequese na infância

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Uma mãe queria saber qual seria a idade apropriada para começar a educação religiosa de sua filha. Foi então perguntar a um sábio, cuja fama era muito grande na sua região. O sábio perguntou qual a idade da menina e, quando descobriu que ela tinha 5 anos, disse à mãe: “Depressa, corre para casa, você está com cinco anos de atraso!”

Esta simples história carrega consigo uma grande verdade: a comunicação da fé não tem momento ou uma idade específica para começar, ela se inicia desde o ventre materno e se desenvolve gradualmente ao logo de todo processo de desenvolvimento da criança e não pode ser deixada para depois ou delegada exclusivamente a outras pessoas.

Desse modo, a preocupação dos pais não deve ser apenas satisfazer as necessidades físicas ou dar aos filhos aquilo que eles na sua infância não tiveram, mas sobretudo ajudar no desenvolvimento da personalidade das crianças em todas as suas diferentes dimensões: individual, social, religiosa e moral. Esse desenvolvimento é gradual e progressivo e implica amor e dedicação.

Mais gestos que palavras

Na Igreja doméstica, os pais exercem uma missão importante e são os primeiros a oferecer aos filhos a oportunidade de experimentar o encontro amoroso com Deus. O Catecismo da Igreja Católica afirma que, através da palavra e do exemplo, os pais são os primeiros anunciadores da fé (cf. CIgC nº 1656). Esta é uma tarefa exigente e deve ser realizada, acima de tudo, com a consciência de que o testemunho exerce um papel fundamental. 

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Certa ocasião ouvi um programa de rádio onde uma psicóloga respondia perguntas sobre a educação dos filhos. Uma mãe queria saber o que fazer para que seu filho de 4 anos fosse dormir mais cedo. A psicóloga sabiamente perguntou: “A que horas vocês vão dormir?” A mãe respondeu: “Entre as duas ou três da madrugada”. A psicóloga então disse que a resposta estava dada. A criança estava apenas seguindo o ritmo da vida familiar e que se ela quisesse que o filho adquirisse o hábito de dormir mais cedo, ela e seu esposo também deveriam mudar o seu hábito.

Portanto, é na família que os filhos têm as primeiras experiências de serem amados e acolhidos, onde aprendem os valores humanos e a responsabilidade de cuidar, acolher e amar.

Assim, se as crianças experimentam a segurança em casa, também experimentam a presença de um Deus amoroso em quem podem confiar. Da mesma forma, elas poderão ver na bondade das pessoas, a bondade de Deus, no perdão das pessoas o perdão de Deus, na fidelidade das pessoas a fidelidade de Deus.

Deus é amor e não amedronta

Um erro muito comum na transmissão da fé é pensar que a religião se ensina somente por meio de obrigações, práticas e deveres externos ou no decorar orações.

Assim, a vivência religiosa se torna algo entediante e que não traz alegria para a vida das crianças. E sem falar no modo de falar de Deus sempre amedrontando, que faz com que a religião se torne algo indesejado.

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No entanto, a fé cristã é a fé em um Deus que é Amor e que, por meio de seu Filho Jesus, nos ensinou a amar e viver neste mundo com alegria e esperança. A permanente educação na fé deve partir da experiência de ser amado por Deus e esta, se experimenta no amor livre das pessoas, quando o lar é um lugar de amor, fé, perdão e respeito.

Igualmente, faz-se necessário apresentar a fé para as crianças com criatividade e de forma positiva, com uma linguagem lúdica que possibilite a assimilação da fé com eficácia para levá-la como um tesouro precioso para toda a vida.

Como uma mãe que percebia o quanto era tedioso para os seus filhos rezar o terço, por isso, ela criou um terço onde cada mistério tinha apenas quatro Ave Marias, uma para cada membro da família.

Falar de Deus sorrindo

As crianças têm uma sensibilidade especial a Deus e a tudo o que é bom e belo. A oração em família é uma maneira de conscientizar as crianças de que elas podem encontrar-se com Deus o tempo todo.

Os adultos, sendo sensíveis à realidade das crianças, devem ajudá-las a ter um relacionamento afetivo e efetivo com o Deus Pai, com Jesus, com Maria, com o Anjo da Guarda e com os santos. Para isso, é muito útil ensinar orações simples e curtas, em vários momentos do dia, como ao acordar e antes de dormir e também antes das refeições.

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E também ensinar a falar com Deus com confiança e gratidão, reconhecendo a sua presença nos momentos de alegria e também naqueles que não foram tão bons. A oração das crianças é simples e, à medida que elas crescem, a capacidade de orar também se desenvolve na família e na comunidade cristã. 

Os símbolos religiosos na casa também são de grande importância, como, por exemplo, o crucifixo, uma imagem de Nossa Senhora, uma vela acesa. Sem esquecer da importância de contar histórias bíblicas para as crianças.

Especialmente a vida e as parábolas de Jesus. Certamente os livros e as canções não passam de moda e são um ótimo instrumento para introduzir as crianças na vivência da fé. 

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Portanto, ajudar as crianças a desenvolver a sua espiritualidade é um desafio e uma grande aventura para toda a família e a comunidade cristã.

Deste modo, é necessário estar ciente de que as crianças são sensíveis e abertas a receber toda forma de ensino, especialmente aquele que advém da ação concreta dos adultos ao seu redor. Deus se dá a conhecer aos filhos através do amor na família.

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