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Em que consiste o Sacramento da Confissão?    

“Perdoai-nos, assim como nós perdoamos”, rezamos no Pai Nosso

Foto: Pixabay

Todos os dias rezamos, até várias vezes, a oração que Jesus nos ensinou, que se encontra no Evangelho de Mateus (6,9-13).

Reconhecemo-nos pecadores e pedimos a Deus: "perdoai-nos as nossas ofensas". Depois, para que Deus realize nosso pedido, completamos: "assim como nós perdoamos a quem nos ofendeu". Esta é a condição. Não podemos mentir. O que dizemos com a boca, temos que ratificar com o coração. Para isto existe o Sacramento da Confissão.

A confissão nos liberta

Para afastar esta pedra de tropeço que é o pecado, nos curar e nos libertar existe o Sacramento da Confissão, também conhecido como reconciliação ou penitência. 

Neste sacramento, o sacerdote confessor exerce o ministério do bom Pastor que procura a ovelha perdida. Exerce o ministério do bom Samaritano que cura as feridas, o ministério do Pai que espera pelo filho pródigo e o acolhe no seu regresso. Exerce o ministério do justo juiz que não faz acepção de pessoas e cujo juízo é, ao mesmo tempo, justo e misericordioso. Em resumo, o sacerdote é sinal e instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador. (Cf. CIC 1441-1442; 1466-1465).

Atitudes necessárias ao confessar

Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, é necessário o sacramento da penitência "porque a nova vida da graça, recebida no Batismo, não suprimiu a fragilidade da natureza humana nem a inclinação para o pecado (a concupiscência), Cristo instituiu este sacramento para a conversão dos batizados que pelo pecado d’Ele se afastaram"( 297).

Da pessoa que confessa supõem-se atitudes de contrição, confissão e reparação. Por parte do sacerdote: absolvição, em nome de Deus.
O penitente deve ter se preparado com a revisão de vida e verdadeira contrição. 

Contrição: o coração de quem pecou sofre pela dor de ter ofendido a Deus.

Confissão: trata-se de um verdadeiro reconhecimento dos próprios pecados e a acusação ao confessor. A palavra confessar vem do latim confiteri, ou seja, “admitir, reconhecer uma falta”. É o que faz quem pecou.

Reparação: oração e compromisso com boa obra, para recuperar o que foi deturpado pelo pecado.

Absolvição: o sacerdote pronuncia em nome de Jesus Cristo, uma fórmula para perdoar os pecados.

Foto: Pexels

Como se confessar

A pessoa se prepara e se apresenta ao confessor. Seguem os elementos da celebração  da confissão são os seguintes: saudação e bênção do sacerdote, leitura da Palavra de Deus para iluminar a consciência e suscitar a contrição e exortação ao arrependimento, a confissão dos pecados ao sacerdote; a imposição e aceitação da penitência; a absolvição do sacerdote; o louvor de ação de graças e a despedida com a bênção do sacerdote (Cf. CIC 1480).

Em que consiste a penitência

Muitos pecados nos desfiguram, colocam-nos contra o Projeto de Deus e prejudicam os outros. Portanto, ferem e enfraquecem o próprio pecador e as suas relações com Deus e com o próximo. Devemos fazer o possível para reparar esses danos. 

Exemplos: restituir as coisas subtraídas ou roubadas,  restabelecer a verdade e a boa reputação daquele que foi caluniado, indenizar por ferimentos causados por nossa imprudência, realizar algum serviço em reparação das omissões, trabalhar para que aconteçam benefícios às pessoas que, mesmo distantes, sofrem maus tratos, carências, violências, enquanto ficamos acomodados/as no bem-estar e indiferentes, lutar pelos direitos da comunidade, quando pecamos por permanecer no individualismo egoísta, descobrir e reconhecer os valores das pessoas que ignoramos ou tratamos como pessoas invisíveis, promover o bem quando calamos e não reagimos aos abusos às pessoas, à natureza, à verdade, à vida;  reassumirmos com coerência e fidelidade nossos compromissos com a família, a comunidade, a Igreja, a fé... A simples justiça o exige. Também que seja restabelecida a paz, a justiça pelos pecados sociais, pelos quais também somos responsáveis.

 A absolvição tira o pecado, mas não remedeia todas as desordens causadas pelo pecado. Aliviado do pecado, o pecador deve ainda recuperar a perfeita saúde espiritual (Cf. CIC 1459).

 Muito oportuna neste processo é a oração do Pai Nosso quando dizemos, pedindo ajuda: “não nos deixeis cair em tentação. Mas, livrai-nos do mal”.

A reparação nos ajuda a nos configurar com Cristo, que, por si só, expiou os nossos pecados, de uma vez por todas. Tais penitências fazem que nos tornemos coerdeiros de Cristo Ressuscitado, como nos lembra São Paulo, “uma vez que também sofremos com Ele” (Rm 8, 17).  

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