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Fone de ouvido, assassino silencioso da audição

Hábitos modernos põem em risco pessoas cada vez mais jovens, mas qual é o volume indicado ao fone de ouvido? E o tempo de uso considerado saudável?

Foto: Pexels

São cenas corriqueiras, que vimos todos os dias no transporte público, na academia, nas aulas on-line... difícil encontrar quem não está usando fones de ouvido. Mas poucos conhecem os malefícios desse hábito.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que uma a cada quatro pessoas terão problemas auditivos até 2050. São cerca de dois bilhões de pessoas, 25% da população mundial. A afirmação ganha ainda mais força em decorrência da alta parcela da população exposta ao uso prolongado de fone de ouvido em altos volumes.

Saúde auditiva em risco

As células auditivas (que são insubstituíveis) vibram intensamente ao receber um estímulo sonoro. O excesso dessa vibração pode diminuir o tempo de vida das células. O risco é aumentado nos casos de fones que emitem a saída de som dentro do ouvido e sem isolamento acústico.

Médica otorrinolaringologista do HCor, dra. Juliana Anauate. Foto: Divulgação

Os hábitos modernos põem em risco pessoas cada vez mais jovens. “Eles podem sofrer de perda auditiva, muitas vezes irreversível; zumbido (o paciente escuta um som no ouvido ou na cabeça que não existe no ambiente), e mais raramente, tonturas e sensibilidade exacerbada a sons”, explica a médica otorrinolaringologista do HCor, dra. Juliana Anauate.

Ruídos em excesso

Músicos, garçons, cabeleireiros, dentistas, motoristas, professores de academia de ginástica, aviadores e profissionais que trabalham em aeroportos são exemplos de pessoas que são mais propensas a desenvolver problemas auditivos devido ao excesso de ruídos em intensidades sonoras elevadas por longos períodos de tempo.

Meningite, caxumba, sífilis, sarampo, herpes, recorrentes infecções no ouvido, trauma acústico, exposição a ruídos, envelhecimento, tumores cerebrais e uso incorreto de medicamentos também podem causar a perda parcial ou total da audição.

Foto: Pexels

A médica do HCor explica quais são os primeiros sinais de que algo não vai bem: “Os primeiros sinais podem ser diminuição de audição, aparecimento de zumbido ou aumento da sensibilidade aos sons. Além disso, o paciente exposto a sons altos e constantes pode apresentar irritabilidade e dor de cabeça”, afirma.

Cuidados constantes

A prevenção deve ser feita com o acompanhamento ativo e atenção aos sintomas. Quanto ao volume indicado para uso dos fones, a otorrinolaringologista orienta que o limite do som não ultrapasse os 85 decibéis. “Utilize um volume confortável, que não seja audível para a pessoa que está ao lado. Não suba o volume além da marca de 60% da barra de volume do seu aparelho (geralmente a barra muda de cor de azul para vermelho quando esse limite é ultrapassado). Dê preferência para fones do tipo concha e não de inserção e evite usar por mais de 1 hora ininterrupta”, afirma Dra. Juliana Anauate.

Foto: Pexels

Outras instruções compreendem não dormir de fone de ouvido, não usar apenas em uma orelha para não sobrecarregá-la e, se for realmente necessário utilizar por mais de uma hora, faça intervalos de 5 minutos sem o fone para cada 1 hora com o fone. Cultivando bons hábitos hoje, você evita o uso de aparelho auditivo amanhã.

 

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