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Jubileu das Irmandades reúne milhares de fiéis em Roma

Irmandades levam cerca de cem mil fiéis a Roma para celebrar o Jubileu

Confraria Nossa Senhora das Dores. Foto: LucineyMartins/O SÃO PAULO

As irmandades são associações religiosas de leigos que se dedicam à devoção a um santo específico, à prática da caridade e à promoção da fé. 
Provenientes de cerca de cem países, grupos religiosos populares enraizados na Itália, na Europa e no mundo inteiro fazem as peregrinações às Portas Santas, a partir da sexta-feira, 16 de maio, com a possibilidade de receber o Sacramento da Reconciliação nas igrejas jubilares.

Confraria Nossa Senhora das Dores. Foto: LucineyMartins/O SÃO PAULO

A grande procissão

No sábado,17, acontece a grande procissão. São duas procissões ao longo de dois percursos que se "encontrarão" simbolicamente no Circo Máximo. A procissão "maior", com oito irmandades, partirá da Piazza Celimontana, às 14h. Seguirá pela Via Claudia e Via Celio Vibenna até o Circo Máximo e, em seguida, com um percurso circular, retornará da Via Claudia ao ponto de partida. A esta, se unirá uma segunda procissão, que, às 14h, parte do Largo Cavalieri di Colombo, e percorre a Viale delle Terme di Caracalla, até chegar ao Circo Máximo.

Peregrinos de todo o mundo

Os peregrinos vêm da Itália, Espanha, Estados Unidos, Malta, França e Brasil.

Também estarão presentes numerosos grupos de peregrinos do México, Argentina, Colômbia, Polônia, Reino Unido, Portugal, Alemanha, República Tcheca, Canadá, Índia, Indonésia, Filipinas, Chile, Etiópia, Austrália e Nova Zelândia.

O que diz a Igreja sobre as irmandades

Segundo as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, as irmandades têm a missão de potencializar o reconhecimento desta instância de evangelização inculturada e construir um projeto em comum, aproveitando esta tradição rica que tanto contribui para a transmissão da fé e para a iniciação à vida cristã (cf. DGAE, 86).

Confraria Nossa Senhora das Dores. Foto: LucineyMartins/O SÃO PAULO

Os bispos, no Documento de Aparecida, falam das irmandades como uma forma de expressar a piedade popular, como maneira legítima de avivar a fé, e um modo de se sentir parte da Igreja, de ser missionário:

"É verdade que a fé que se encarnou na cultura pode ser aprofundada e penetrar cada vez mais na forma de viver de nossos povos. Mas isso só pode acontecer se valorizarmos positivamente o que o Espírito Santo já semeou. A piedade popular é "imprescindível ponto de partida para conseguir que a fé do povo amadureça e se faça mais fecunda" (DAp, 262).

“É uma forma legítima de demonstração da prática missionária evangelizadora”, ressalta o assessor da Pastoral Afro da CNBB, padre Jurandyr Azevedo Araújo.

Como se caracterizam as irmandades

As irmandades, também conhecidas como confrarias, são instituições históricas que desempenharam um papel importante na vida religiosa e social das comunidades, desde o Brasil colonial. 

O culto em torno da devoção a um santo, representado por relíquia ou imagem, faz parte das práticas. 

Confraria Nossa Senhora das Dores. Foto: LucineyMartins/O SÃO PAULO

A devoção particular é vivida na privacidade da casa, e a devoção coletiva é vivida na comunidade de irmãos em torno de um padroeiro comum, com quem dividem simbolicamente as incertezas e as dificuldades terrenas.

Uma longa história 

Na sociedade colonial, as irmandades revelavam uma estratificação. Eram organizadas segundo os diferentes grupos sociais.

As famílias mais ricas geralmente se reuniam nas Igrejas da Irmandade de Misericórdia e do Santíssimo Sacramento.

As dos negros, pardos e mulatos eram as de Santo Elesbão e Santa Efigênia, do Rosário, do Amparo, dos Remédios, de São Benedito, de São Gonçalo, entre outras.

Na ocasião do Jubileu, como peregrinas da esperança, as Irmandades testemunham e expressam sua riqueza evangélica e cultural.

 

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