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Dizer adeus não é fácil, mas é preciso compreender que é possível superar qualquer perda e ser feliz novamente, mesmo longe de quem se ama. É uma tarefa e uma decisão.
Uma tarefa que exige de nós muito esforço para aprendermos a viver sem aquele que se foi e reorganizar a nossa vida. Buscar sentido para a existência não é algo fácil, principalmente depois da perda de alguém. Uma decisão, porque depende de cada um escolher ser feliz e aproveitar o que a vida pode oferecer de bom, mesmo em meio às dores.
O que é o luto?
É um tempo em que, uma pessoa que perdeu alguém significativo, demora para elaborar a perda, para reorganizar sua vida sem o ser que se foi. Pode durar de um a dois anos, ou até mais, dependendo do vínculo que havia entre eles e das circunstâncias da morte.
Fases do luto
O luto considerado normal apresenta cinco fases, que se mesclam, alternam e se confundem, sendo concluído com a última: negação e isolamento, raiva, barganha, depressão e a aceitação.
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Na fase da negação e isolamento, a pessoa cria estratégias para negar a morte, evitando a dor da perda. A negação, ou pelo menos a negação parcial, é utilizada por todas as pessoas, diante da morte. Ela funciona como um amortecedor, permitindo que a pessoa se recupere com o tempo.
Na fase da raiva, a pessoa se pergunta “Por que comigo?”. Surgem sentimentos de revolta, inveja e ressentimento. É como se a pessoa entendesse a morte como uma injustiça.
Na fase da barganha, a pessoa procura alternativas à morte. Investiga os fatos na procura de uma possibilidade de retorno. Apresenta um tempo de duração muito curto.
Na depressão, a pessoa entrega-se a um sentimento de grande vazio, exaustão e falta de sentido.
Na quinta e última fase, a pessoa faz uma aceitação da morte. Ela conforma-se e adapta-se à nova realidade.
Resumindo, estas fases, como acima, tudo pode parecer simples e rápido, mas não é! Superar a perda de alguém significativo leva tempo e muita energia.
É claro que o mundo não para a fim de que possamos digerir nossas dores. Não há como dar uma pausa em tudo para podermos reaprender a viver sem aquele que se foi.
Isto nem seria produtivo, pois o maior desafio é continuar a fazer as mesmas coisas, retomar a rotina, extrair prazer da vida e sentido para o existir, sem a pessoa que partiu.
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As tarefas do luto
Os estudiosos afirmam que existem quatro tarefas do luto: aceitar a realidade da perda, processar a dor do luto, ajustar-se a um mundo sem a pessoa morta, encontrar conexão duradoura com a pessoa que partiu, em meio ao início de uma nova vida.
Luto patológico
O problema na superação do luto se dá, quando a pessoa estaciona em uma das fases. Neste caso, podemos estar falando de um luto não elaborado, crônico, que precisa de tratamento. Em algum momento, esta dor tem que cessar!
Ame profundamente e demonstre todo esse amor. Quando a vida levar alguém embora, sofra o suficiente, mas não deixe de buscar a felicidade!
Tudo passa muito rápido, inclusive o tempo em que ficaremos distantes das pessoas que partiram. Não tem sentido desperdiçar esta vida, que é única, lamentando por não termos vivido mais com alguém que se foi, ou nos culpando pelo que gostaríamos de ter feito de forma diferente.
Sabemos, por Jesus, que toda despedida é provisória. Dizemos adeus apenas para esta vida, pois, em Cristo, todas as despedidas sempre serão um “até logo”!
Padre Rodrigo Bernardes Simões é vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora das Dores – Casa Branca, da Diocese de São João da Boa Vista (SP), sacerdote há 20 anos e Psicólogo clínico há 15 anos.