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Mês Vocacional 2024

Foto: Pixabay

Agosto é o Mês Vocacional, e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe como tema: “Igreja: Sinfonia Vocacional”. O lema, “Pedi, pois, ao Senhor da Messe” (Mt 9,38), tem como objetivo conscientizar as comunidades da responsabilidade que compartilham no processo vocacional. 

O Mês Vocacional é sempre a “oportunidade de considerar o precioso dom do chamado que o Senhor dirige a cada um (a) de nós, seu povo fiel em caminho, pois dá-nos a possibilidade de tomar parte em seu projeto de amor e encarnar a beleza do Evangelho. 

A escuta do chamado divino é antes de tudo o modo mais seguro que temos de alimentar o desejo de felicidade que trazemos no nosso íntimo: a nossa vida realiza-se e torna-se plena quando descobrimos quem somos, as qualidades que temos e o campo onde é possível pô-las a render, quando descobrimos que estrada podemos percorrer para nos tornarmos sinal e instrumento de amor, acolhimento, beleza e paz nos contextos onde vivemos"1.

Mt 9,35-39, texto escolhido como lema, é considerado um sumário, no qual reúne as várias atividades de Jesus, para ressaltar seu Messianismo e a instauração do Reino de Deus por meio de suas palavras e ações. 

Um aspecto que marca a identidade do Messias Jesus é sua compaixão pelo povo sofredor, angustiado e sem pastor. Essa realidade da multidão toca as entranhas de Jesus e o move a agir. A compaixão caracteriza aquelas (es) que se põem a serviço do Reino, como discípulas (os) missionárias (os). 

No v. 36, temos uma metáfora pastoril para ilustrar a condição do povo. Assemelha-se a ovelhas sem pastor, deixadas à própria sorte. A missão de Jesus é dar uma resposta a essa realidade. É importante recordar que a imagem do “pastor” perpassa o AT, geralmente para designar os dirigentes do povo, e com quatro funções: 1) guiar e conduzir; 2) prover suas necessidades; 3) libertar dos perigos, defendendo daqueles que desejam matá-las e 4) unificar as ovelhas e não as dispersar. 

Talvez essas funções do pastor possam nos ajudar a entender nossa missão na Igreja, nesta Igreja Sinodal, com líderes, como religiosas (os). A metáfora agrícola, nos vv. 37-38, retrata a insuficiência de trabalhadores para uma grande colheita. Os discípulos são aconselhados a suplicar ao Senhor da colheita, para que este envie trabalhadores que deem conta de realizar uma tarefa de grande porte. 

Foto: Freepik

A imagem da colheita evoca os tempos finais, quando Deus recolherá os frutos produzidos pela humanidade. Falta “mão de obra” para levar adiante a tarefa de preparar esse momento da história. 

Compete ao Senhor da Messe, o Pai dos céus, convocar e confiar a missão a quem for de seu agrado. Assim, nosso papel é pedir ao Senhor, pois é Ele quem chama, que escolhe e que conduz a história.

Rezar, pedir, é se colocar à disposição da vontade de Deus, e não só trazer a “agenda” pronta para Deus. Assim, é necessária essa intimidade com Deus, esse abandono, pois o Reino é Dele, que já foi instaurado por meio de seu Filho Jesus, a nós cabe torná-lo visível por meio de nossa missão. A Messe, também, é Dele, a nós cabe confiar, pois Ele é o Senhor da História. 

 

1  PAPA FRANCISCO. Mensagem para o LXI Dia Mundial de Oração pelas vocações. 21 de abril e 2024. Acesso:<https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/vocations/documents/20240421-messagg io-61-gm -vocazioni.html>.

Zuleica Aparecida Silvano é irmã paulina e assessora do Serviço de Animação Bíblica – SAB/Paulinas.

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