Foto: Pexels
O aleitamento materno é uma unanimidade mundial. Todos os profissionais de saúde reconhecem a amamentação como a principal fonte de alimento dos bebês.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde (MS) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam a amamentação imediata após o nascimento e o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida do bebê.
Graças às campanhas de incentivo ao aleitamento materno como a Semana Mundial de Aleitamento Materno e o Agosto Dourado, os índices nacionais de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses aumentaram de 2,9%, em 1986, para 45,7% em 2020.
Só benefícios
A amamentação é uma das formas mais eficazes de garantir a saúde e a sobrevivência dos recém-nascidos. Se toda criança fosse amamentada desde o nascimento até os 2 anos, mais de 800 mil vidas seriam salvas anualmente.
O leite materno é um alimento completo e funciona como uma vacina, pois é rico em anticorpos, protegendo a criança de muitas doenças como diarreia, infecções respiratórias, alergias, além de diminuir o risco de hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade.
A nutricionista Vanessa de Abreu Barbosa Fernandes, com os filhos. Foto: Arquivo Pessoal
A amamentação favorece um contato mais íntimo entre a mãe e o bebê. Sugar o peito é um excelente exercício para o desenvolvimento da face da criança, ajuda a ter dentes bonitos, a desenvolver a fala e a ter uma boa respiração. “O leite dos mamíferos é espécie-específico, ou seja, é produzido especialmente para cada espécie. Portanto, o leite humano tem o seu perfil proteico, lipídico e de carboidratos perfeitamente equilibrado para atender plenamente as necessidades dos bebês, promovendo um crescimento adequado e saudável”, explica a nutricionista Vanessa de Abreu Barbosa Fernandes, que divide com o doutor Moises Chencinski a autoria do livro É mamífero que fala, né?, da Paulinas Editora.
Dificuldade
Quando o assunto é aleitamento materno, logo vem à cabeça aquela bela imagem de uma mãe amamentando seu bebê em uma reconfortante poltrona, com um sorriso largo no rosto que transmite alegria e tranquilidade.
Mas nem sempre é assim... é essencial buscar informações sobre a amamentação durante a gestação. Aquela impressão de que o aleitamento é algo simples, natural e constitui um talento que já nasce com as mulheres, vai por água a baixo logo nos primeiros dias do bebê em casa.
A bancária Patricia Mejias de Jesus, com a filha Joana. Foto: Arquivo Pessoal
Foi exatamente o que aconteceu com a bancária Patricia Mejias de Jesus, mãe da Joana, de 9 meses, que só se deu conta do tanto de afazeres que teria que administrar na sua nova rotina de mãe, quando chegou em casa com a pequena nos braços. “Tive muita dificuldade com a amamentação nas primeiras semanas, não tinha informação sobre o assunto, não sabia que tinha que trocar de peito a cada mamada. Fiquei frustrada, sofri e precisei da ajuda de uma consultora para conseguir amamentar sem dor e da maneira correta”, explica.
Apoio
Compartilhar as dificuldades com o médico é essencial, e se inspirar nos exemplos de mães que já passaram por isso pode ajudar muito.
Para o pediatra Moises Chencinski, o ideal é que, a partir da 32° semana de gestação, a futura mamãe consulte um pediatra para receber orientações sobre amamentação, além de escolher uma maternidade e um profissional que apoie e trabalhe a maior possibilidade de um parto normal. “Na maternidade, opte pelo alojamento conjunto (com o bebê no quarto), para desde cedo receber apoio, informação e iniciar esse vínculo importante. Procure um pediatra amigo da amamentação, que possa observar a mamada na primeira consulta e que, ouvindo e acolhendo suas dúvidas e seus anseios, oriente como agir de forma mais adequada, para prevenir problemas comuns como fissuras e mastites”, orienta o pediatra.
Depois de superar a fase difícil, a mamãe de primeira viagem, Patricia Mejias, teve sua licença-maternidade estendida e, na volta ao trabalho, contou com uma infraestrutura completa para bombear e armazenar o leite materno nas dependências da empresa. “Tudo isso foi essencial para o sucesso e a continuidade da amamentação. Gosto de compartilhar minha experiência para ajudar outras mães, e sempre falo para elas se informarem sobre o assunto ainda durante a gravidez. Valeu a pena não ter desistido; amamentar requer muita dedicação”, completa Patricia. Saiba que todo o esforço vale a pena para oferecer o melhor alimento do mundo para o seu bebê.
Saiba mais no livro É mamífero que fala, né?