Foto: Arquivo Paulinas
A morte não termina com tudo, não destrói a vida. A vida continua. A certeza da sobrevivência depois da morte já havia na pré-história. Observa-se nos primeiros instrumentos de pedra polida, da cerâmica, agricultura, nos ornamentos, instrumentos e mantimentos colocados perto dos mortos, nas casas e túmulos construídos para eles. Era a crença de que eles continuavam a existir e protegiam os seus descendentes.
Reencarnação
A crença da reencarnação ou metempsicose supõe que a alma, sem perder a sua identidade, entra em outras formas de vida, subindo ou descendo na escala dos seres conforme os atos que tiver praticado. Assim a alma humana vai passando de corpo em corpo, até atingir o seu estado de perfeição. Alguns julgam como provável que essa crença tenha tido sua origem na Índia.
Para alguns, a reencarnação é um castigo pelos pecados cometidos numa existência anterior, para outros é apenas um fenômeno da natureza puramente físico. Enquanto alguns afirmam que a reencarnação é somente progressiva, rumo à perfeição individual ou rumo à uma reintegração em Deus, outros defendem que ela é também regressiva, ou seja, um espírito que animou um corpo humano pode tomar um corpo animal ou mesmo vegetal.
Ressurreição
A Palavra de Deus leva a uma conclusão. O ser humano não experimenta, na realidade, a morte, segundo as doutrinas da imortalidade e da reencarnação. A doutrina cristã diz muito mais: é o ser humano inteiro, completo, que participa tanto da morte como da ressurreição.
O que a Palavra diz sobre a ressurreição?
No Evangelho de Mateus lemos: “Se você quer entrar para a vida, guarde os mandamentos” ( Mt 19,17).
“Estes irão para castigo eterno, enquanto os justos irão para vida eterna" (Mt 25,46).
Estas passagens e outras fazem referência direta à “vida eterna”, sem nenhuma menção nem à imortalidade, nem à reencarnação.
O ensino de Jesus sobre a ressurreição aparece claramente, no debate com os saduceus em Marcos (Mc 12,18-27), Mateus (Mt 22,23-33) e Lucas (Lc 20,27-40). Jesus censura os saduceus de não conhecerem nem as Escrituras nem o poder de Deus. Se os saduceus conhecessem melhor as Escrituras, certamente saberiam que elas falam e apontam para a ressurreição.
No Evangelho de João, lemos: “Vai chegar a hora em que todos os mortos que estão nos túmulos ouvirão a voz do Filho, e sairão dos túmulos: aqueles que fizeram o bem, vão ressuscitar para a vida; os que praticaram o mal, vão ressuscitar para a condenação” (Jo 5,28-29). Afirma-se aí que todos ressuscitarão, justos e pecadores, com a diferença de que os justos não serão submetidos ao julgamento.
Como resposta às questões levantadas pelos judeus sobre o “pão descido do céu”, Jesus reafirma seu ensinamento fundamental: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,44).
O poder de Jesus sobre a morte é claro na ressurreição de Lázaro: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim, mesmo que morra, viverá. E todo aquele que vive e acredita em mim, não morrerá para sempre” (Jo 11,25-26).
Em nenhum lugar se encontram elementos claros, sólidos ou suficientes para se desenvolver uma “doutrina da imortalidade da alma” e menos ainda de uma “doutrina da reencarnação”.
Todo ensino de Jesus é centrado na decisão que a pessoa deve tomar nesta vida para a garantia de que viverá eternamente. O teólogo Renold Blank, em seu livro "Reencarnação ou ressurreição – uma decisão de fé (Paulus Editora)", afirma que Deus ressuscitou Jesus. Por isso, podemos ter a certeza de que esse mesmo Deus ressuscitará também a nós.
Ilustrando com a metáfora da borboleta
A transformação da borboleta tem quatro fases: o ovo, a lagarta, casulo e a borboleta.
O ovo e a lagarta são símbolos da gestação.
O romper o casulo e o nascimento da borboleta simbolizam o nascimento da pessoa para a vida eterna, a ressurreição. A vida plena!