Cidade de São Paulo. Foto: Pexels
Elas são vizinhas e juntas concentram 18% da população brasileira. Estou me referindo às cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, duas metrópoles mundiais, cidades de grande importância cultural e econômica que exercem influência sobre todo o território, além de serem os centros urbanos brasileiros mais conhecidos internacionalmente.
As duas cidades comemoram aniversário no mês de janeiro, e essas datas se relacionam com seus padroeiros: São Sebastião e São Paulo. Mas por que foram escolhidos esses santos? O que eles têm em comum? E o que podemos aprender com o seu exemplo?
A irmã paulina Maria Inês Carniato, mestra em Teologia Sistemática e membro da equipe do Serviço de Animação Bíblica (SAB Paulinas), aponta três principais pontos em comum entre São Sebastião e São Paulo:
1 - São mártires.
2 - Os dois viveram no contexto do Império Romano no começo da Igreja.
3 - Exerceram grande liderança no testemunho da fé.
Sebastião e Paulo
Ambos os santos foram presos, torturados e mortos por serem fiéis a Jesus Cristo, ao Evangelho e à Igreja, fato que dá à pessoa o título de santo e mártir. Nos primeiros séculos, os cristãos eram eliminados por não adorarem os deuses romanos e serem, portanto, subversivos à organização religiosa e política do Império.
São Paulo Apóstolo. Foto: Arquivo Paulinas
Paulo, na Igreja Apostólica do século I, foi torturado e preso diversas vezes em sua ação missionária e, quando condenado à morte, foi decapitado. Sebastião, do século III, foi amarrado a uma estaca e crivado de flechas.
Paulo, como missionário, levou o anúncio do Evangelho a todas as nações do Império. “Ele formou, instruiu e acompanhou diversas comunidades cristãs e deixou seus escritos, que até hoje são Palavra de Deus proclamada em toda a terra e assim o serão enquanto a Igreja existir”, acrescenta a irmã Maria Inês.
São Sebastião. Foto: Ribamar Rodrigues
Sebastião foi comandante da primeira corte da guarda pessoal do imperador Diocleciano. Seu nome é desconhecido. “‘Sebaste’ era todo militar romano que montava a sela, isto é, da cavalaria. Ele professava secretamente a fé cristã e, por ter acesso aos cárceres, confortava e animava com palavras de fé os cristãos aprisionados à espera do martírio, e consolava os familiares depois das execuções. A comunidade evitava dizer seu nome e o chamava Sebaste (O oficial). Mesmo assim, ele foi descoberto, acusado de traição ao imperador e condenado”, explica a religiosa.
Por que eles?
A escolha por esses santos está relacionada à colonização do país. Foi em 20 de janeiro de 1567, dia de São Sebastião, que os portugueses expulsaram os franceses que dominavam a região do Rio de Janeiro. Daí o santo ter se tornado padroeiro do lugar.
Já a cidade de São Paulo foi batizada com esse nome porque a fundação do município ocorreu justamente no dia em que a Igreja Católica celebra a conversão de Paulo (25 de janeiro). Porém quem ocupava o posto de padroeira da cidade era Sant’Ana, mãe de Maria e avó de Jesus. Foi em 2008, após um pedido pessoal do cardeal arcebispo D. Odilo Scherer ao Papa Bento XVI, que São Paulo se tornou padroeiro da maior cidade do Brasil.
Aprendendo com os mártires
São Sebastião foi um mártir por professar e não renegar sua fé em Cristo. A grandeza de São Paulo é tanta que uma festa só não é suficiente. O santo tem uma das festas litúrgicas no dia 25 de janeiro – data do aniversário da cidade – e outra em 29 de junho, comemorada junto de São Pedro.
Mas, afinal, o que podemos aprender com o exemplo deles?
Segundo a irmã Maria Inês, na época atual, a Igreja está voltando à era dos mártires. “A Igreja é, muitas vezes, julgada, condenada e desprezada, justamente quando procura dar testemunho do ensinamento e da prática de Jesus em contextos violentos e hostis. Em várias nações, os fiéis católicos e os de outras Igrejas são brutalmente torturados e mortos pelo fato de não renunciarem à fé e ao testemunho de Jesus. Sebastião e Paulo e os mártires de todos os tempos nos ensinam, com seu exemplo, que Deus dá forças a quem enfrenta sofrimentos e até a morte por causa de Cristo, e glorifica seus nomes: no céu, com a coroa do martírio; e na terra, com o reconhecimento da santidade, que, por sua vez, fortalece a Igreja”, finaliza.
Confira os produtos Paulinas
São Paulo
Paulo, homem de Deus - Novena de São Paulo Apóstolo
São Paulo e o projeto de Deus
São Sebastião - Novena e biografia
São Sebastião - Novena biográfica