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Na Carta Apostólica Rosarium Virginus Mariae, São João Paulo II testemunhou: “Eu mesmo não perdi ocasião para exortar à frequente recitação do Rosário. Desde a minha juventude, esta oração teve um lugar importante na minha vida espiritual. O Rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na simplicidade e na profundidade”.
Rosário: o "saltério da Virgem"
Na Idade Média, surgiu o Rosário como uma prática de oração dos leigos que tinha suas raízes na tradição dos monges. A Igreja permitiu substituir os 150 salmos por 150 Ave-Marias. A este “Rosário” passou a ser chamado “o saltério da Virgem”.
No século XIII, São Domingos de Gusmão recebeu uma revelação de Nossa Senhora, que lhe entregou o Rosário como uma arma contra as heresias. Passou a rezá-lo e a pregar sua devoção. Obteve grande êxito nas suas pregações. Assim, a Igreja recebeu muitos convertidos e novos devotos da Mãe de Deus.
O Papa São Pio V (1566-1572) deu ao rosário o formato de hoje. Ele atribuiu à eficácia do rosário a vitória naval de Lepanto, em 7 de outubro de 1571.
Apelos em Fátima
A devoção ao Rosário foi crescendo ao longo dos séculos. Foi recomendada por muitos papas, santos e, em 1917, com as aparições de Nossa Senhora, em Fátima, e seus apelos para se rezar o Rosário, ganhou um novo vigor na Igreja no mundo todo. Tornou-se uma oração amada e vivida por todos os cristãos. Ganhou espaço nas famílias e nas comunidades.
Mistérios de Cristo. Mistérios da Mãe
O Rosário, segundo São João Paulo II, é “compêndio do Evangelho”.
É composto por vinte “mistérios”, ou seja, momentos significativos da vida de Jesus e de Maria.
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São como quatro coroas. A primeira compõe os mistérios da alegria, rezados nas segundas-feiras e sábados. A segunda, os mistérios da luz, rezados às quintas-feiras. A terceira coroa são os mistérios da dor, rezados às terças e sextas-feiras, e a quarta coroa são os mistérios da glória, rezados às quartas-feiras e domingos.
“Esta indicação, porém, não pretende limitar uma certa liberdade de opção na meditação pessoal e comunitária, segundo as exigências espirituais e pastorais e sobretudo as coincidências litúrgicas que possam sugerir oportunas adaptações” (Rosarium Virginis Mariae, n. 38).
Intenções recomendadas: a paz no mundo e a família
São João Paulo II recomenda: “A primeira intenção é a urgência de invocar de Deus o dom da paz. O Rosário foi, por diversas vezes, proposto pelos meus Predecessores e mesmo por mim como oração pela paz. No início de um Milênio, que começou com as cenas assustadoras do atentado de 11 de setembro de 2001 e que registra, cada dia, em tantas partes do mundo novas situações de sangue e violência, descobrir novamente o Rosário significa mergulhar na contemplação do mistério d'Aquele que “é a nossa paz”, tendo feito “de dois povos um só, destruindo o muro da inimizade que os separava” (Ef 2, 14). Portanto, não se pode recitar o Rosário sem se sentir chamado a um preciso compromisso de serviço à paz.
Outra urgência de empenho e de oração surge de outra realidade crítica da nossa época, a da família, célula da sociedade, cada vez mais ameaçada por forças desagregadoras ao nível ideológico e prático... O relançamento do Rosário nas famílias cristãs, no âmbito de uma pastoral mais ampla da família, propõe-se como ajuda eficaz para conter os efeitos devastantes desta crise da nossa época”(Rosarium Virginis Mariae, 6).
O Papa Francisco indicou esse caminho para a oração, sugerindo a busca na internet de “bons esquemas para seguir na recitação”: além dos portais do Vaticano e da Rede Mundial de Oração do Papa.