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ONG com mais de 60 anos de solidariedade precisa de ajuda para continuar

Instituto Leonel Cogan, de São Paulo (SP) luta para manter seus projetos sociais e a farmácia comunitária diante de uma grave crise financeira

Foto: Divulgação

O Instituto Leonel Cogan nasceu do amor pela arte e cresceu movido pela solidariedade. Sua origem remonta à década de 1950, quando o senhor Leonel Cogan, apaixonado por cultura, reuniu amigos em uma pequena agremiação de teatro em São Paulo. Em plena ditadura, o grupo se apresentava onde fosse possível, levando cultura e esperança a comunidades carentes.

Mas o trabalho de Leonel logo ultrapassou o palco. Pessoas começaram a procurá-lo em busca de ajuda: um medicamento, uma consulta médica, uma oportunidade de emprego. Com o tempo, ele percebeu que o verdadeiro roteiro da sua vida seria escrito com gestos de compaixão.

Foto: Divulgação

Foi nesse contexto que o jovem Milton Gonçalves, então funcionário de uma tipografia, recebeu de Leonel dois ingressos para uma peça de teatro. O presente mudaria sua vida. O futuro ator global sempre lembrava, em entrevistas, que foi Leonel quem o apresentou ao teatro e abriu as portas de uma carreira brilhante.

Décadas de cuidado e esperança

A partir dessas experiências, Leonel começou a oferecer cursos rápidos de capacitação profissional, ensinando corte e costura, manicure e trabalhos manuais para mulheres em situação de vulnerabilidade. Mais tarde, vieram as aulas de informática e o encaminhamento para o mercado de trabalho.

O compromisso social cresceu tanto que, na década de 1980, o Instituto foi formalizado. Em parceria com uma irmã do Hospital Santa Catarina, nasceu o Dispensário de Medicamentos, embrião da atual Farmácia Comunitária Leonel Cogan, que há 36 anos fornece gratuitamente remédios a quem mais precisa. Pessoas de todas as idades (de São Paulo e até de outros estados) continuam sendo atendidas até hoje.

Maria Zilma, atual presidente do Instituto e voluntária desde 2007. Foto: Divulgação

"Tem gente que vem de longe porque sabe que aqui é acolhido. Se não temos o medicamento, buscamos com parceiros. Ninguém volta para casa sem esperança”, conta Maria Zilma, atual presidente do Instituto e voluntária desde 2007.

Desafios recentes 

Zilma assumiu a presidência em 2016, após Leonel ser diagnosticado com Alzheimer. Desde então, ela tem se dedicado a manter vivo o legado do fundador, atualizando projetos e ampliando parcerias. “O senhor Leonel me entregou a chave da casa e pediu para continuar. Eu entendi aquilo como uma missão”, relembra.

Foto: Divulgação

Antes da pandemia, o Instituto chegou a atender até 50 mil pessoas por ano, entre doações de medicamentos, cursos, terapias e atividades culturais. O espaço também oferecia aulas de violão, dança para idosos e ioga, sempre com apoio de voluntários.

Mas os últimos anos trouxeram desafios duros. Em 2021, a sede onde funcionava há mais de 30 anos foi vendida. A equipe precisou se mudar às pressas e, embora o novo espaço seja amplo e adequado, o valor do aluguel é alto. “Estamos com dívidas acumuladas e sob o risco de despejo. É uma luta diária para não deixar o projeto parar”, explica Zilma.

Mesmo com as dificuldades, o trabalho continua. A farmácia comunitária segue funcionando, e o Instituto mantém atendimentos psicológicos presenciais e online. Há planos para reativar o curso de corte e costura, agora com foco na geração de renda e moda sustentável, mas tudo depende de recursos.

Um apelo por ajuda

Por isso, o Instituto busca apoio financeiro e parcerias com empresas e pessoas físicas. “A gente está oferecendo um formato de contribuição solidária. Pequenas e médias empresas podem colaborar mensalmente com valores acessíveis, a partir de cem reais. Em troca, oferecemos atendimento psicológico e terapêutico para seus funcionários. Assim, todos ganham: as pessoas, as empresas e o Instituto”, explica a presidente.

Para Zilma, mais do que números, o que move o Instituto é o impacto humano. “Não é só entregar um remédio, é acolher uma história. Tem gente que chora de gratidão, e eu choro junto. É isso que nos mantém em pé”, declara.

Foto: Divulgação

Hoje, o Instituto Leonel Cogan precisa da mesma solidariedade que espalhou por décadas. “Se a gente parar agora, perde-se uma história de mais de 60 anos. E a cidade perde um espaço de esperança. Por isso, a gente não quer parar, só precisamos de uma mão estendida”.

Como ajudar:

O Instituto Leonel Cogan aceita doações financeiras e de medicamentos. Empresas interessadas em firmar parcerias podem entrar em contato pelo  e-mail [email protected], Instagram @institutoilc ou pelo WhatsApp (11) 96937-9178.

Você também pode colaborar com a vaquinha “Ajuda para salvar a sede do Instituto Leonel Cogan”, clique aqui

 

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