Família Cristã

Pais: os primeiros catequistas dos filhos

Dentro do carro, na ida à padaria ou à mesa, na hora do jantar, toda situação é uma oportunidade para transmitir a fé aos nossos filhos

Foto: Freepik

Nosso filho mais velho, José Henrique, neste fim de ano, vai receber o sacramento da comunhão pela primeira vez. O acontecimento para nós, os pais, é um misto de agradecimento a Deus por estar presente em cada momento da nossa vida como casal e na vida dos nossos filhos.

No entanto, o crescimento dele e a finalização deste ciclo apontam também para a sensação de preocupação em relação ao futuro do adolescente que estará se formando em pouco tempo.

Nos últimos dias, ouvimos por duas vezes o relato de catequistas sobre a injusta comparação entre o tempo em que o mundo ensina coisas para as crianças todos os dias, seja na escola, na TV, no computador, entre tantos outros meios, e o tempo em que elas têm contato com os ensinamentos das coisas de Deus, por meio da preparação para a primeira comunhão, que não passa de 1h30 por semana. De fato, a luta é injusta e merece um reforço.

Essa “forcinha” não está muito longe. Cabe a cada um de nós, pais, que conhecemos as peculiaridades dos nossos filhos, encontrar o modo de falar para que eles nos escutem e a forma correta de chamar a atenção. O livro dos Salmos já nos aponta que temos a grande missão do anúncio da fé no ambiente familiar. Somos os primeiros mestres na fé dos nossos filhos: “O que ouvimos e aprendemos e os nossos antepassados nos transmitiram, não o ocultaremos aos seus descendentes; tudo contaremos às gerações vindouras: as glórias do Senhor e o seu poder, e as maravilhas que Ele fez” (Sl 78/77).

A missão dos pais na transmissão da fé

Na Exortação Apostólica Amoris Laetitia, o Papa Francisco ensina sobre o papel dos pais na formação da fé dos filhos.

“A educação dos filhos deve estar marcada por um percurso de transmissão da fé, que se vê dificultado pelo estilo de vida atual, pelos horários de trabalho, pela complexidade do mundo atual, onde muitos têm um ritmo frenético para poder sobreviver. Apesar disso, a família deve continuar a ser lugar onde se ensina a perceber as razões e a beleza da fé, a rezar e a servir o próximo” (AL 287).

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No entanto, a transmissão da fé baseia-se muito mais nas obras do que em discursos que não atingem a vida dos filhos. “É fundamental que os filhos vejam de maneira concreta que, para os seus pais, a oração é realmente importante. Por isso, os momentos de oração em família e as expressões da piedade popular podem ter mais força evangelizadora do que todas as catequeses e todos os discursos” (AL 288).

A fé se transmite pelo testemunho

E não precisa de muita preparação. Cada acontecimento, cada situação, seja dentro do carro, na ida à padaria ou à mesa, na hora do jantar, é uma oportunidade, um kairós, para passarmos a fé aos nossos filhos.

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Além disso, se a fé estiver bem enraizada, eles poderão se tornar verdadeiras testemunhas do amor de Deus no meio deste mundo.

“O exercício de transmitir aos filhos a fé, no sentido de facilitar a sua expressão e crescimento, permite que a família se torne evangelizadora e, espontaneamente, comece a transmiti-la a todos os que se aproximam dela e mesmo fora do próprio ambiente familiar” (AL 289).

Que possamos ensinar nossos filhos a se apaixonarem por Cristo, que tem dado a vida a nós todos os dias. Ele, que tem levado adiante as nossas famílias e a sua Igreja, mostre-nos o caminho que nos leva a Ele.

 

André Luiz Gomes é comunicador e aproveita os momentos com a família para cozinhar e trazer novos sabores para casa.

Ana Luiza Soares é professora, gosta de contar histórias e a cada dia tenta se reinventar. Juntos compartilham as tarefas de casa e os cuidados com os filhos, com erros e acertos, sempre sob o olhar da Virgem Maria e de São José.

 

 

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