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Papa Francisco, uma Igreja em busca de si mesma!

Está em andamento o “Sínodo sobre Sinodalidade”, buscando novos caminhos para a Igreja Católica no século XXI. E já são dez anos do papado de Francisco


Foto: Viviani Moura

Primeiro, o Papa Francisco é a novidade. É o primeiro papa que ousou chamar para si o nome de Francisco.

Em segundo, propõe a Fraternidade Universal, essa mística poderosa de São Francisco, samaritana, como fundamento de seu papado, inscrita nos seus principais documentos, como a Laudato Si’ e a Fratelli Tutti. Terceiro, quer que toda a Igreja Católica vá ao encontro de tudo e de todos, saindo de si mesma, colocando-se a serviço de toda a humanidade, de toda a criação, a partir dos mais empobrecidos e lançados a todo tipo de periferia.  

O Sínodo em andamento não começou agora. Antes, já veio o Sínodo para a Amazônia, com o lema: Amazônia, novos caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral.

Eu tive a graça de participar da preparação desse Sínodo pela Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM)  no território amazônico e do evento final em Roma, em outubro de 2019.

Durante todo o processo, Francisco nos dizia: “Sejam corajosos”. E o povo, mais de 90 mil pessoas que participaram da consulta pela Amazônia afora, foi corajoso.

Propôs mudanças profundas na Igreja, sempre no sentido que ela se torne cada vez mais próxima ao Evangelho, que as comunidades longínquas tenham acesso à eucaristia, que as mulheres possam receber ao menos o diaconato, que se ouça as vozes indígenas, os gritos dos pobres, os clamores da floresta, os gemidos da Terra. E, para Francisco, o Sínodo para a Amazônia já era uma espécie de prefiguração do Sínodo Universal em andamento.

Na seção final, ele afirmou para os presentes: “Penso que o próximo Sínodo deve ser sobre a sinodalidade”, isto é, esse modo da Igreja ser.   
Sim, bebendo em suas próprias fontes, a Igreja de Francisco quer se contextualizar em pleno século XXI e abrir as estradas do novo milênio que agora apenas se inicia.

Que seu papado seja longo, fecundo e encontre os novos caminhos para uma Ecologia Integral e para a Igreja em todo o mundo.  
 

Roberto Malvezzi, graduado em Filosofia, Teologia e Estudos Sociais. Membro da Comissão Especial de Ecologia Integral e Mineração – CNBB. Membro da Equipe de Assessoria da REPAM-BRASIL – CNBB. Escritor e Compositor. Concorreu com Targino Gondim e Nilton Freitas ao Grammy Latino na categoria Raízes da Língua Portuguesa, em 2022, com o CD “BELO CHICO”, disponível no Spotify e outras plataformas digitais.
 

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