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Páscoa, amor que se eterniza

Foto: Pixabay.com

Páscoa é muito mais que passagem, libertação ou memorial. Páscoa é uma explosão de amor: genuíno, implacável, eterno. Se o Natal é o amor divino que se faz humano, a Páscoa é o Amor feito carne, crucificado e ressuscitado.

“Deus é amor” (cf. 1Jo 4,8). Amor que gera vida num fluxo de expressões continuamente reinventadas.

Amor que, na gratuidade, faz girar a Terra, as estrelas e o coração da vida, num eterno recomeço em direção à plenitude. Amor inventivo, fiel, tenaz, que supera todos os limites do humano, até a morte, para se eternizar. 

Ressuscitar é quebrar as amarras do tempo, do visível, finito, para voltar à Fonte da Vida, nutrir o espírito no amor criativo de nosso Deus para realizar a vocação para a qual fomos criados: “E Deus criou o homem à sua imagem...” (cf. Gn 1,27).

Ao completarmos nossa jornada conforme o projeto amoroso do Criador, seremos filhos eternos do imenso, do infinito, da imortalidade. “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser, todavia, sabemos que quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele” (cf. 1Jo 3,2). 

Nascidos do amor, trazemos o sopro do artista que quer ver sua obra perpetuada. A imortalidade é prerrogativa do amor, como é a lei da arte, do belo,  numa representação igual: Criador e criatura. 

Pouco antes de entregar sua vida, Jesus quis ratificar o vínculo de amor com seus discípulos. “Pedro tu me amas? Pedro tu me amas? Pedro tu me amas?”.  E exorta: “Apascenta minhas ovelhas” (cf. Jo 21,15-22). 

Quem ama cuida. Quem ama, alimenta, fica junto, não desiste, enche de sentido toda palavra, todo gesto.

O anjo pergunta a Maria de Magdala: “Mulher, por que choras?” (cf. Jo 20,13).  Maria não se encanta com o anjo e continua em seu choro.

Foto: Pexels.com

Mas, quando Jesus pergunta: “Mulher, por que você está chorando? Quem é que você procura?” (cf. Jo 20,16), ela se joga aos pés para o beijo, o toque, a permuta do Amor que a mergulha no infinito.

Então, o Ressuscitado sinaliza o fio entre o visível e o invisível que nos mantém na fé e movimenta nosso corpo para o transcendente. 
- Ainda não! Diz-lhe o Mestre amado. Devo primeiro voltar ao Pai, lá nosso amor será eterno. E Maria, tomada pela graça de amar, corre ao encontro dos irmãos: “Vi o Senhor!”(cf. Jo 20,18).

Quem ama chora, quem ama busca, quem ama vê, atua, comunica. Quem ama sonha e crê que a Vida é eterna, porque onde existe amor, Deus aí está. 

Que a Páscoa revigore sua fé e confirme a certeza de que todo o bem se eterniza no coração de Deus Amor, que dá sentido e sabor à nossa vida.   
 

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