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Por que o homem vai menos ao médico?

Entenda porque os homens fogem das consultas médicas e conheça os hábitos essenciais para cuidar da saúde

Foto: Freepik

É consenso entre a classe médica: fazer exames de rotina e se consultar com um médico periodicamente são hábitos essenciais para cuidar da saúde – assim como ter uma dieta equilibrada, evitar o tabagismo e praticar atividade física.

Porém, o que acontece na prática é que as mulheres costumam cumprir com estas orientações, já os homens...

Pesquisa do Instituto Lado a Lado pela Vida aponta que seis em cada dez homens no Brasil só procuram o médico quando os sintomas são insuportáveis. De acordo com o Programa Nacional de Saúde (PNS), a taxa de mulheres que vão ao médico é de 82,3%, bem acima dos 69,4% registrados entre os homens. Mas, afinal, por que o homem vai menos ao médico? Quais são os medos que eles enfrentam?

Dr. Marco Martins, médico assistente do Pronto Socorro do Hospital das Clínicas da FMUSP. Foto: Divulgação

Para o dr. Marco Martins, médico assistente do Pronto Socorro do Hospital das Clínicas da FMUSP e chefe de equipe do Serviço de Clínica Médica do Hcor, são várias as razões que explicam esses dados: receio do que pode vir a ser diagnosticado, falta de tempo por pressões financeiras, falta de conscientização sobre a importância da saúde preventiva e o não conhecimento de sinais de alerta em relação a diversas doenças que também podem contribuir para que haja um atraso na busca por atendimento médico, acarretando muitas vezes em diagnósticos em fases mais avançadas das doenças. 

“Outra explicação é que procurar ajuda de qualquer espécie, inclusive médica, é um sinal de fraqueza e que vai contra suas crenças de que o homem deve ser sempre auto suficiente, deve ter resistência física e emocional diante de qualquer situação e, portanto, ser invulnerável. Muitas vezes, só procuram assistência médica por insistência da esposa ou dos filhos. Em geral, as mulheres são mais propensas a realizar exames de rotina e consultas médicas preventivas. A cultura por cuidados preventivos de saúde é muito mais forte entre as mulheres”, explica.

Promoção da saúde

Quando falamos sobre saúde e bem-estar é essencial avaliar a importância das dimensões física, emocional, social, intelectual e espiritual para a qualidade de vida. 

Nossa qualidade de vida depende da conexão de todas essas dimensões. 

A dimensão física envolve a prática de atividades físicas regulares, uma alimentação saudável, evitar consumo abusivo de álcool e não fumar, além de ter um sono reparador.

A dimensão social envolve relacionamentos saudáveis, interação com amigos, família e comunidade, e uma rede de apoio quando necessário. 

A dimensão emocional se refere ao desenvolvimento de habilidades para lidar com os desafios e o estresse da vida diária, aprender a reconhecer e lidar com as próprias emoções de maneira equilibrada.

A dimensão intelectual envolve o desenvolvimento de habilidades cognitivas através da aprendizagem contínua, dos estímulos mentais e de novas experiências.

Por fim, a dimensão espiritual se refere ao encontro de propósitos e significados de vida, cultivando crenças e valores pessoais, o que lhe permite alcançar um maior bem-estar, de maneira holística e equilibrada.

Exames preventivos

Segundo o dr. Marco Martins, as doenças crônicas são a principal causa de morte no Brasil e no mundo, e elas ocorrem a partir de quatro fatores de risco principais: tabagismo, sedentarismo, uso abusivo de álcool e drogas e dieta inadequada. “Além desses, o estresse e o desequilíbrio emocional são sem dúvida um quinto fator de risco que deve ser levado em conta”, completa o médico.

É por isso que a Organização Mundial da Saúde e as principais sociedades médicas em todo o mundo recomendam – para homens e mulheres –, a prática de atividade física regular (pelo menos 150 minutos de atividade física por semana), evitar o tabagismo, o uso abusivo de álcool e fazer uma dieta balanceada, com ingestão de frutas e verduras e a restrição de gorduras saturadas, evitando o aumento de peso.

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Consultas médicas periódicas a partir dos 18 anos para verificação da pressão arterial, do peso, avaliação da saúde mental e dosagens de colesterol, glicemia e pesquisa de doenças sexualmente transmissíveis (principalmente sífilis e AIDS) são recomendadas de acordo com o histórico de saúde pessoal, familiar e de hábitos de vida.

Estas são as orientações gerais que visam à prevenção de doenças, mas e quanto aos exames que homens e mulheres devem fazer? Os exames preventivos recomendados são:

- Citologia oncótica (Papanicolau) a cada 3 anos para todas as mulheres dos 18 aos 64 anos
- Mamografia anual para mulheres a partir dos 40 anos 
- Pesquisa anual de sangue oculto nas fezes para homens e mulheres a partir dos 50 anos

“É importante salientar que essas recomendações podem ser modificadas a partir de dados de histórico médico, antecedentes familiares e do risco individual, além de resultados anteriores do exame”, finaliza dr. Marco Martins.

Com o tanto de informação ao alcance de todos, já não é mais plausível justificar a ausência no consultório médico por conta de constrangimento.

Homens, ouçam os apelos das mulheres que estão à sua volta! Cuidem-se! Manter a saúde em dia tem relação com viver mais e viver bem.

 

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