Neste mês de junho, celebramos a Festa de Pentecostes, a vinda do Espírito Santo com seus dons e frutos. Em seguida, comemoramos Corpus Christi, quando recordamos o Corpo e Sangue de Jesus que, na Eucaristia, se entrega como alimento para todos e todas nós. Por fim, recordamos a Solenidade de São Pedro e São Paulo, dois grandes apóstolos e mártires de nossa fé.
Cartaz da Semana de Oração pela Unidade. Imagem: Divulgação
Mas, antes de tudo isso, há um momento especial que não podemos esquecer: a Semana de Oração pela Unidade Cristã, que acontece de 1 a 8 de junho, antecedendo Pentecostes. O tema deste ano é: “crês nisso?” (Jo 11,26). Essa pergunta foi feita por Jesus a Marta, por ocasião da morte de seu irmão, Lázaro. Que possamos, com Marta, responder com confiança: “Sim, Senhor, nós cremos na ressurreição e na vida!”
Oração pela unidade
Nessa certeza, rezemos a oração da unidade:
Amado Jesus, num momento de profunda tristeza, Marta pediu por teu socorro e tu foste ao encontro dela e lhe perguntou: “Crês nisso?”
Como Marta, diante de situações de sofrimento, clamamos por ti, apesar de, muitas vezes, não conseguirmos crer o suficiente no mistério de teu amor.
A incredulidade tira de nós a esperança de que fazes coisas impossíveis de serem compreendidas pela razão humana. Ajuda-nos a crer no poder da ressurreição. Faças de nós instrumentos de cuidado para tantas pessoas que têm seus corpos feridos pela insanidade das guerras, do racismo, do ódio, da injustiça. Ajuda-nos, Jesus compassivo, a crermos no mistério do amor e a agirmos de acordo com esta fé. ‘Nós cremos. Ajuda-nos em nossa falta de fé’. Anima-nos para vivermos em unidade em meio a tantos sinais de divisão. Em nome de Jesus, amém.
Os frutos da justiça de Deus: paz, esperança e reconciliação
Apesar das possíveis mudanças no calendário, após a morte do Papa Francisco e a eleição de Leão XIV, é importante ter presente alguns eventos celebrativos do Jubileu já programados, como o Jubileu dos movimentos, associações e novas comunidades (7-8), da Santa Sé (9), dos desportos (atletas, amadores, treinadores, dirigentes desportivos, associações desportivas, etc., nos dias 14-15), dos governantes (20-22); dos seminaristas (23-24), bispos (25) e sacerdotes (25-27).
Para que possamos rezar por esses e seguir com o coração alegre, celebrando, ao longo deste ano, os 2.025 anos da Encarnação de Jesus Cristo, sob à luz da Esperança, carregando a certeza de que toda a vida de Jesus foi um grande jubileu, perpassada pela libertação, pela reconciliação, pela manifestação da benevolência de Deus.
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Nesse sentido, nessa jornada com a Carta aos Romanos, tema do Mês da Bíblia de 2025, refletiremos Rm 5,1-11, no qual nos convida a pensar sobre a reconciliação que nos foi dada como um convite à esperança. Rm 5 é a conclusão da temática apresentada em Rm 4, no qual o autor prova a justificação pela fé, por meio de dois personagens do Antigo Testamento: Abraão e Davi. Por isso, Rm 5,1-11 elenca os efeitos da justificação pela fé: a paz, a esperança e a reconciliação.
Esse trecho contém uma breve introdução, na qual apresenta as consequências da justificação por meio da fé: a paz com Deus (v. 1) e a esperança na glória de Deus (v. 2). Em seguida, descreve a situação dos cristãos (vv. 3-5), que tem esperança diante das tribulações, esperança que não decepciona o cristão e a cristã, porque o dom do Espírito Santo lhes foi dado no batismo e o amor de Deus é derramado em seus corações.
Assim, o amor, a caridade, é expressão da fé e é resultante da experiência do amor gratuito de Deus e da entrega benevolente de Jesus. As consequências futuras da justificação são: a salvação, a participação na vida divina e a reconciliação (vv. 6-11). Tudo isso se dá por pura gratuidade de Deus.
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O termo reconciliação, em Rm 5,10-11, é proveniente do campo político-diplomático, quando um país em guerra quer se reconciliar, pois sabe que irá perder a batalha, portanto é a parte fraca que pede a paz para a parte forte.
Porém, o autor afirma que Deus, a parte forte, é que vem ao encontro das fraquezas humanas e pede a reconciliação, por meio de seu Filho. Essa reconciliação inaugura a era messiânica, iniciada com a vinda do Messias Jesus, que é de paz e justiça, e abre a perspectiva para a espera do tempo vindouro da salvação, no fim dos tempos.
Que nesse mês possamos refletir profundamente sobre a reconciliação e os muitos efeitos da justificação pela fé em nossa vida.
Pausa para refletir
1. O que é a “esperança”? Como a experimento no dia a dia, mesmo diante de conflitos, sofrimento e tribulações?
2. Tenho alguma experiência de reconciliação? Quais frutos essa experiência trouxe para minha vida?
3. O que significa, na prática, viver a unidade cristã?
Para saber mais sobre a Semana da Unidade Cristã, acesse este link.
Sobre a Carta aos Romanos, sugerimos o subsídio: Serviço de Animação Bíblica. Mês da Bíblia 2025. A esperança não decepciona (Rm 5,5). São Paulo: Paulinas, 2025 e o livro: Manoel Gomes da Silva Filho; Zuleica Aparecida Silvano (Org.). Carta aos Romanos: a revelação da justiça de Deus. São Paulo: Paulinas, 2025. (Palavra Viva).