Estêvão é o primeiro mártir do cristianismo, sendo considerado santo por algumas das denominações cristãs (católica, ortodoxa e anglicana). Nasceu no ano 5 d.C.
Sua morte aconteceu entre 33 e 40 d.C. em Jerusalém, Palestina.
Foi o primeiro cristão a morrer pela fé. Por isso, o protomártir. A celebração litúrgica acontece no dia 26 de dezembro. É o padroeiro da Itália, dos diáconos e pedreiros.
Estêvão é um dos sete homens escolhidos para ajudar os Apóstolos
A história de Estêvão está na Bíblia, em Atos dos Apóstolos, nos capítulos 6 e 7. A narrativa diz que houve queixas da parte dos "judeus que falavam grego" ("hellēnistōn") contra os "judeus que falavam hebraico" porque suas viúvas estavam sendo preteridas na distribuição (diakoniāi) diária de alimentos (At 6,1).
Os apóstolos convocaram, então, os discípulos e propuseram que fosse formada uma comissão de "sete homens de respeito, cheios de espírito e de sabedoria" (At 6,3), que se incumbiriam da distribuição. Estêvão, "homem cheio de fé e Espírito Santo" (At 6,5), estava entre esses, todos usando nomes gregos, postos diante dos apóstolos e, após terem orado, receberam a imposição das mãos.
O nome grego de Estêvão
O nome grego de Estêvão dá a entender que era judeu "helenizado". Ou foi seu nome cristão, escolhido por ele mesmo após seu primeiro contato com Simão Pedro, em Jerusalém. Por 'homem de respeito' entende-se que a comunidade cristã dava bom testemunho dele.
O serviço do alimento não impedia o "serviço da palavra", uma vez que diversos homens procuravam Estêvão para discutir com ele, mas não podiam fazer frente "à sabedoria e ao espírito com que falava" (At 6,9–10). Também contribuiu para sua fama o fato de ele, "cheio de graça e de poder", realizar "grandes portentos e sinais entre o povo" (At 6,8).
Qual era a pregação de Estêvão
Estêvão foi um dos sete primeiros diáconos da igreja nascente, logo após a Morte e Ressurreição de Jesus, pregando os ensinamentos de Cristo e convertendo tanto judeus como gentios.
Segundo Étienne Trocmé, Estevão pertencia a um grupo de cristãos que pregavam uma mensagem mais radical, um grupo que ficou conhecido como os helenistas, já que os seus membros tinham nomes gregos e eram educados na cultura grega e que se separou do grupo dos doze apóstolos. Também eram conhecidos como o "grupo dos sete".
Condenado por blasfêmia
Foi detido pelas autoridades judaicas, levado diante do Sinédrio, a suprema assembleia de Jerusalém, que o condenou por blasfêmia. Foi apedrejado (At 8). Entre os presentes na execução, estava Saulo, o futuro Paulo, ainda perseguidor de cristãos.
Muitos padres da Igreja, como Agostinho, atribuem a conversão de Saulo às orações de Santo Estêvão.
Motivos da condenação de Estêvão
Na cruz, Jesus dirigiu-se a Deus com um versículo do Salmo 31: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.” Estêvão dirige a mesma oração a Jesus: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito”. Reza a Jesus da mesma forma que as pessoas rezam a Deus, não apenas devido ao que aprendeu sobre fé na Trindade, mas porque, ao olhar para Deus, vê Jesus.
A unidade de Cristo Ressuscitado com Deus na sua eterna Glória tem ainda outra consequência. Pela sua lealdade até a morte, Estêvão, dois séculos depois, assemelha-se aos sete irmãos e sua mãe que foram mártires no tempo dos Macabeus (Cf. 2 Mc 7).
Contudo, há uma diferença importante. Os sete irmãos pedem a Deus que lhes faça justiça e ameaçam o carrasco: “Mas não julgues que ficarás impune; (…) Não escaparás à mão de Deus.” (Cf. 2 Mc 7,19.31). Estêvão reza: “Senhor, não lhes atribuas este pecado!”. Não pode pedir retribuição porque, olhando para Deus, vê Jesus, o Filho do homem crucificado. Como poderia pedir a Jesus, que amou os seus inimigos, por retribuição e vingança?
A perseguição que inicia com o martírio de Estêvão faz com que o Evangelho se espalhe. A Boa Nova ultrapassa fronteiras com os que precisam fugir e estão dispersos.