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Páscoa é Vida Nova. Na Igreja, as diversas Pastorais vão despertando e cultivando esta vida nova.
Certo dia, Jesus saiu de casa e se sentou junto ao mar.
Assim Mateus (Cf. Mt 13,1ss) começa a falar de uma Igreja "em saída". Jesus “saiu de casa”, atitude característica das pastorais sociais.
O "mar" pode ser entendido como o vasto contexto onde vivem as pessoas, onde são desafiadas e experimentam os mais diversos conflitos.
"Numerosas multidões se reuniram em volta dele. Por isso, Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé na praia".
Essas "numerosas multidões, em pé", expressam as muitas pessoas necessitadas da Palavra, de apoio e segurança, prontas para ouvir, aprender e acolher as orientações do Mestre. E Jesus lhes falou "muitas coisas por parábolas". Falou-lhes de um semeador que "saiu a semear".
Falou-lhes de sementes que caem em diferentes solos, morrendo em alguns, maltratadas pelo sol, pelo solo pedregoso ou pelos espinhos. Outras, crescendo e produzindo frutos em terra boa.
Os semeadores de hoje, presentes nas Pastorais sociais, encontram todo tipo de terreno. Insistem em semear a boa semente. Algumas sofrem as intempéries e não vingam. Outras se desenvolvem produzindo 30, 50 e até 100 por um.
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Pequenina semente que se transforma em frondosa árvore:
Pastoral da criança
Semente de combate à desnutrição e à mortalidade infantil, em 1983, a médica pediatra e sanitarista Dra. Zilda Arns, a pedido da CNBB, criou a Pastoral da Criança, a partir de um projeto-piloto em Florestópolis (PR). Em 25 anos de trabalho, conforme dados da organização, a pastoral acompanhou 1,8 milhão de crianças menores de seis anos e 1,4 milhão de famílias pobres em 4.060 municípios brasileiros. Nesse período, mais de 260 mil voluntários levaram as sementes da solidariedade e conhecimento sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres. Semente que, da pequena Florestópolis, germinou numa grande floresta.
Sementes espalhadas em todo mundo
Pastoral dos migrantes
O Serviço Pastoral dos migrantes (SPM) teve como semente a Campanha da Fraternidade de 1980, cujo lema constituía uma interrogação aos migrantes: “Para onde vais? ”
Verdadeira “Igreja em saída”, tem como missão promover a defesa e a organização dos diversos grupos de migrantes, nas mais variadas situações: acolhida, combate à migração forçada, com luta pela terra, política agrícola, projetos autossustentáveis; luta contra as situações indignas de trabalho e moradia; luta contra o aliciamento de trabalhadores, tráfico de pessoas, trabalho escravo e formação de comissões de fiscalização de condições de trabalho (carvoarias, por exemplo); formação de grupos de geração de renda, construção de cisternas, agricultura familiar, alfabetização; acompanhamento e articulação das regiões de origem e destino dos migrantes; visita às famílias recém-chegadas em bairros periféricos. Em resumo, igreja “em saída” que luta por uma cidadania plena, universal, na qual os migrantes sejam tratados com igualdade na diferença.
Semente vigorosa
Pastoral da pessoa idosa
Em 2004, a Dra. Zilda Arns recebeu da CNBB outra missão: fundar e coordenar a Pastoral da Pessoa Idosa. Hoje, mais de 100 mil idosos são acompanhados mensalmente pela Igreja “em saída”: 12 mil voluntários, em 579 municípios. Esta missão envolve 141 dioceses de 25 estados brasileiros.
Sementes do futuro da humanidade
Pastoral familiar
A Pastoral familiar foi criada com o objetivo de congregar todas as pastorais, movimentos e grupos que trabalham pelas famílias. Foi oficialmente instituída na Igreja pelo papa São João Paulo II, na Exortação Familiaris Consortio (1981).
Em 2023, cerca de 2 mil agentes da Pastoral Familiar, bispos, padres e integrantes de diversos movimentos eclesiais de todo o Brasil participaram do Simpósio Nacional das Famílias. O tema do encontro foi: “Família fonte de vocações”.
Sementes de inclusão
Pastoral do povo da rua
Missão de ser presença junto ao povo da rua e dos lixões, a pastoral do povo da rua reconhece os sinais de Deus presentes na sua história e desenvolve ações para que transforme a situação de exclusão em projetos de Vida para todos.
Igreja “em saída”, nas ruas de Salvador, Henrique Peregrino da Trindade, busca ajudar e dar um lar às pessoas em situação de rua. Sementes que fazem encontrar Deus na rua.
Em São Paulo, Padre Júlio Lancelotti é conhecido pelo trabalho que realiza com a população em situação de rua e por ser um defensor dos direitos humanos. O reconhecimento desta pastoral ocorre até em nível nacional com o lançamento do Plano Nacional Ruas Visíveis.
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Todos somos Igreja em saída para semear
Sementes de vida estão em muitas outras pastorais, em movimentos eclesiais, associações e grupos que se fazem semeadores de fé e esperança no meio do povo. Todos somos semeadores, Igreja “em saída”. Importa semear! E abrir nossas mãos para espalhar sementes de Ressurreição e Vida nova!