No capítulo 4º do Evangelho, segundo Lucas, encontramos Jesus em sua cidade natal, Nazaré, no dia de sábado, na sinagoga. Conta a narrativa que Jesus levantou-se para fazer a leitura e deram-lhe o livro do profeta Isaías.

Lendo a passagem, ao terminar, afirmou: “hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”. Seus interlocutores estão maravilhados com suas palavras. Mas, ao mesmo tempo que acolhiam as palavras de Jesus, perguntavam: “Não é este o filho de José”? 

Diante de tal rejeição de seus conterrâneos, Jesus diz: “Sem dúvida, me citareis o provérbio: “Médico, cura-te a ti mesmo” Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum, faze também aqui, na tua terra!“. E acrescentou: “Em verdade, vos digo que nenhum profeta é aceito na sua própria terra” (Lc 4,23-24).

O movimento de acolhida e rejeição vivido por Jesus na sinagoga de Nazaré, vai acompanhá-lo até a cruz, quando vai escutar palavras semelhantes na boca dos chefes do povo: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Eleito!” (Lc 23,35).

E hoje, será que ainda pronunciamos este provérbio, expressando nossa incredulidade nas capacidades de nossos irmãos e irmãs em anunciar o Reino de Deus? Será que o “santo de casa não faz milagre”?

Irmã Edmara Ferreira de Lima é membro do Instituto Religioso Nova Jerusalém. Possui graduação em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), é aluna do bacharelado em Teologia pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP).