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Série especial: Olho por olho, dente por dente

Veja a origem do termo “olho por olho, dente por dente”

O nome “Babilônia” pode ser traduzido como “porta de Deus”. Em Gn 11,9, o termo “babel” oferece o sentido de “confusão”. “Por isso, a cidade recebeu o nome de Babel, pois foi aí que Javé confundiu a língua de todos os habitantes da terra, e foi daí que ele os espalhou pela superfície da terra”.

Localizada nas margens do rio Eufrates, a cidade era fortemente protegida, por uma muralha medindo cerca de 10 km2. Sua origem data dos anos de 2017 – 1985 a.C., quando Ishbi-Erra fundou uma dinastia que reivindicou a herança do Império de Ur. Um movimento de conquista e reunificação de pequenos reinos teria ocorrido sob a liderança de Hamurabi, da Babilônia, durante seu governo nos anos de 1792 – 1750 a.C. 

Uma de suas importantes obras foi a elaboração de um conjunto de leis reunidas num código atribuído à realeza de Hamurabi. O código contém 282 parágrafos esculpidos sobre uma rocha com 2,25 m de altura. Nela está registrado o princípio do “olho por olho, dente por dente”, norma que define a lei do talião. 

§ 196 – Se awilum destruiu  o olho de um (outro) awilum, destruirão o seu olho,
§ 229 – Se um pedreiro edificou uma casa para um awilum, mas não reforçou o seu trabalho e a casa, que construiu, caiu e causou a morte do dono da casa, esse pedreiro será morto,

Na expressão latina lex talionis encontramos a justificativa ao princípio da igualdade, da reciprocidade, da semelhança. Anos mais tarde, as leis do rei Hamurabi influenciaram as normas bíblicas (Cf. Ex 21, 24-25). No período do Israel pós-exílio (536 a.C.), já com a forte influência da rígida teocracia, os sacerdotes adotam esse princípio de igualdade, na busca de solucionar os conflitos comunitários: “Se um homem ferir um compatriota, desfigurando-o, como ele fez assim se lhe fará: fratura por fratura, olho por olho, dente por dente” (Cf. Lv 24,19-20). 

Para ler outros capítulos da Série especial: Sabedoria do Povo & Sabedoria de Deus, clique aqui.

 

Padre Antonio Carlos Frizzo é professor do Instituto São Paulo de Estudos Superiores( ITESP) e assessor do Centro Bíblico Verbo.

 

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