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No mês de agosto temos a alegria de, todos os anos, contemplar as diversas vocações presentes na Igreja. É um mês rico de celebrações, encontros, partilhas e tantas outras ações. Neste ano de 2023, por ocasião do Ano Vocacional do Brasil, cujo tema é “Vocação: graça e missão” e lema: “Corações ardentes, pés a caminho”, o mês vocacional ganha mais força e dinamismo.
Somente um coração que arde, na escuta atenta da Palavra, é capaz de colocar-se a caminho para responder ao chamado de Deus, na sua graça. Uma das vocações específicas, vividas na graça e na força da Palavra, é a vocação de catequista.
Certa vez encontrei uma catequista, entusiasmada e alegre. Contou-me que ama ser catequista, faz tudo na catequese por amor e que não se via em outra atividade senão sendo catequista.
Acredito que se eu perguntasse para essa catequista o que é vocação, sem dúvida, ela me responderia que vocação é um chamado de Deus para amar. Um amor que se manifesta no ser, no saber e no saber fazer de catequista.
O Diretório Nacional de Catequese afirma que “a alma de todo método está no carisma do catequista, na sua sólida espiritualidade, em seu transparente testemunho de vida, no seu amor aos catequizandos, na sua competência quanto ao conteúdo, ao método e à linguagem. O catequista é um mediador que facilita a comunicação entre os catequizandos e o mistério de Deus, das pessoas entre si e com a comunidade” (DNC 172).
O catequista é uma testemunha da fé que professa e um comunicador das maravilhas que Deus realiza em sua vida. Como é bonito encontrar catequistas que amam sua vocação, tão importante na vida da Igreja, e sua paixão pela missão de iniciar e acompanhar pessoas na vida cristã.
Uma vocação e missão que não é ignorada e nem esquecida por muitos que foram acompanhados por esses vocacionados do Reino de Deus.
Outra vez, participei de um encontro com os familiares dos catequizandos de uma comunidade, no interior de Goiás, e escutei relatos edificantes e transformadores sobre o bem que os (as) catequistas realizam na vida das pessoas: “o catequista do meu filho é um anjo enviado por Deus”, “Essa catequista fala de Deus de uma maneira diferente”, “Ela sabe escutar com o coração”... Não é por acaso que o Diretório para a Catequese descreve que “O catequista, especialista em humanidade, conhece as alegrias e as esperanças de cada pessoa, suas tristezas e angústias (GS 1) e sabe colocá-las em relação com o Evangelho de Jesus” (113c).
O catequista sabe colocar as diversas realidades em relação com o Evangelho de Jesus porque se alimenta da Palavra e a anuncia. Toda vocação nasce da Palavra, é alimentada pela Palavra e é impulsionada pela Palavra de Deus.
Somente escutando a Palavra e colocando-a em prática seremos felizes (cf. Lc 11, 28). E Jesus é a Palavra de Deus Encarnada, Ele é a chave para compreender a vocação. Toda opção vocacional acontece no íntimo de uma relação profunda com Jesus. O catequista é alguém que se sentiu chamado por Deus, ouviu o apelo de Deus, fez a experiência com Jesus Cristo e se tornou discípulo missionário nessa aventura apaixonante pelo Reino.
Catequista não nasce pronto!
A vocação de catequista exige caminhada, itinerário de fé e formação adequada para que tenha condições para assumir sua missão de mistagogo e saiba responder com clareza e convicção seu chamado.
A importância da preparação e da formação de todo discípulo encontra-se no próprio mandato de Jesus “Ide e fazei discípulos meus” (cf. Mt 28, 19).
A formação é primeiramente uma abertura ao Espírito de Deus que age transformando cada pessoa na interiorização da Palavra. Nos últimos anos cresceu bastante a consciência sobre a importância da formação de catequista. É preciso que os catequistas sejam formados para estarem aptos e qualificados para formar os discípulos missionários de Jesus.
Encontramos muitos catequistas que exercem sua missão com boa vontade e alguns até dispensam formação, pois já se consideram preparados devido aos anos de exercício de seu ministério.
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No entanto, transmitir a fé exige uma experiência pautada na pedagogia de Jesus, no testemunho de vida, no conhecimento da realidade do mundo e da realidade onde os catequizandos estão inseridos, formações em diversas dimensões e atualizações constantes.
Não bastam encontros com palestras que informam sobre diversos temas, mas um processo que forme para uma nova consciência pastoral. É preciso formar num processo metodológico capaz de envolver pessoas no ser, no saber, no saber fazer. É necessário um programa sistemático, orgânico e permanente de formação litúrgica, bíblica, pastoral e pedagógica.
Núcleo de Catequese Paulinas
O Núcleo de Catequese Paulinas (Nucap), atento à vocação e missão evangelizadora do catequista, vem formando na modalidade EAD por todo o Brasil. Você pode acessar a página universo.paulinas.com.br/cursos e conferir as propostas de formação continuada, sistemática e de qualidade.
Além dos cursos EAD, o Nucap promove no canal do YouTube Paulinas Cursos, todas as terças-feiras, das 16h às 17h, lives de formação com conteúdos exclusivos para catequistas. Inscreva-se!
Que Deus abençoe e fortaleça na fé os (as) milhares de catequistas atuantes nas diversas realidades do mundo.
Para saber mais
Carta Apostólica sobre o Ministério de Catequista
Maria Vanderlane de Araújo é religiosa, pertence à congregação das Irmãs Paulinas. Possui graduação em Teologia (PUCSP), e pós-graduação em Catequese (UNISAL). Peregrina da fé. Gosta de estar e colaborar na formação dos catequistas e aprender com eles a vivência da fé cristã.