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Gentileza, do latim gentilis, que significa “da mesma família ou clã”, é um ato de delicadeza, uma ação de grande distinção. Ao pensar numa pessoa gentil, quem vem à sua mente? Uma referência neste quesito é o Papa Francisco. Seus gestos e seu comportamento revelam gentileza, amor, cuidado, não é à toa que ele é considerado o “papa da ternura”.
Curioso analisar a origem da palavra e perceber sua relação com a família (“da mesma família”). É que o papa já destacou há alguns anos as três palavras-chave para alcançar a boa convivência familiar: com licença, obrigado e desculpa. Ele relaciona estas palavras à importância de pedir permissão no ambiente familiar, afirmando que agradecer faz parte da linguagem de Deus e quem não pede desculpa não é capaz de perdoar.
A família deve ser exemplo de se querer bem. A Igreja Católica se dedica a acolher as pessoas: na catequese, nas pastorais e movimentos, nos mandamentos, no “amai-vos os uns aos outros”. Tudo isso se relaciona com a virtude da gentileza.
Aliviando o peso
Na carta de São Paulo aos Gálatas são citados os frutos do Espírito Santo, e entre estes aparece uma palavra grega chrestotes (cf. 5,22). O papa explica que é isso que podemos entender por gentileza: “uma atitude benevolente, que apoia e conforta os outros, evitando qualquer aspereza e dureza. Uma forma de tratar os outros tomando cuidado para não magoar com palavras ou gestos; tentativa de aliviar o peso dos outros, encorajar, confortar, consolar; sem nunca humilhar, angustiar ou desprezar” (cf. Fratelli tutti, 223).
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“O Papa Francisco fala em observar os outros, dar atenção, escutando e sendo sensível ao que o outro está passando. Seus gestos de gentileza cumprem o compromisso de viver aquilo que Jesus ensinou. O papa sempre chama a atenção para Jesus, afinal é Ele que nos ensina a amar, perdoar, a não fazer diferença entre as pessoas, é Jesus que ensina a acolher a todos. O papa pratica estes gestos, orienta a ‘falar com o coração’. Isso acontece através das gentilezas! Nas gentilezas estamos transmitindo esse amor cristão”, destaca a jornalista e doutora em Comunicação, Ir. Joana Puntel.
Humanizar a sociedade
O papa Francisco aponta a gentileza como fator importante para a cultura do diálogo e explica que isso não tem relação com “boas maneiras” ou “etiquetas sociais”. Ele defende a gentileza como um estilo de vida, “uma virtude a ser recuperada e exercida todos os dias, para ir contracorrente e humanizar as nossas sociedades”.
Segundo a Ir. Joana Puntel, o papa quer que olhemos para a essência do ser humano: “Um ser criado por Deus, que recebe o sopro de vida de Deus e, portanto, continua gerando vida nos outros. Os gestos do papa têm sempre esta vivência do que é o ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus”, afirma.
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É próprio do cristão ser gentil, mas lembre-se: gentileza não é aquilo que eu faço, é aquilo que eu sou para o outro. Vamos cultivar as três palavras-chave do papa em nossas casas e crescer nas virtudes da gentileza e da amabilidade. Desta forma, afastamos a agressividade, a indiferença e atraímos o amor que tudo transforma. Por um mundo mais gentil.
Para se aprofundar
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Juliana Borga é jornalista, três vezes vencedora do Prêmio Dom Hélder Câmara de Imprensa. É mãe coruja da Helena e adora escrever sobre temas que colaboram para um mundo mais humano e solidário. Instagram: @juborgajornalista