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Você tem um chamado

Foto: Arquivo Paulinas

O Catecismo da Igreja Católica diz: “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade” (2.013, p. 531). Todos são chamados à santidade: “Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). Então, por excelência, essa é a nossa primeira vocação. Mas o que é vocação? Vocação vem da palavra latina “vocatio”, que quer dizer “chamado”, “chamar”; é um chamado sobrenatural de Deus, que se distingue, por exemplo, de um estado de vida. 

Diferença entre estado de vida e vocação

O que seria, segundo a Tradição católica, um estado de vida? É um estado em que me encontro. Pode até ser fruto das minhas inclinações pessoais, algo natural ou algo de que eu não possa escapar. O estado de vida, por exemplo, é a vocação que nós escolhemos, o trabalho (médico, professor, bombeiro…). Esse é o seu estado de vida, Deus quer que você seja santo nessa profissão. Ele colocou inclinações naturais para que você seja santo ali. Vocação é algo maior que um estado de vida, é um chamado sobrenatural de Deus, que supera as inclinações pessoais. Ela até tem fundamento nas inclinações pessoais, porém tem o acréscimo da graça.

“Indo por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura”

Nosso Senhor Jesus Cristo pregou a todos e chamou todos a serem santos, cada um no seu estado de vida. Mas nosso Senhor chamou alguns a uma vocação especial. Isso não quer dizer que Deus chama somente pessoas especiais.

Veja os discípulos, pessoas comuns: não eram perfeitos, sem erros e defeitos. Ou até mesmo pessoas depois de uma conversão, como Santo Agostinho. A vocação não depende das nossas qualidades humanas; o estado de vida, sim, mas a vocação vem de algo sobrenatural.

No fundo, cada um de nós é chamado a um trabalho na vida, e todo trabalho é importante. Precisamos de todo tipo de trabalho, e é por ele que construímos o Reino de Deus. O trabalho dignifica o homem. No fim, independentemente da sua vocação, ela precisa ser via de santificação, pois ela é um chamado, é divina e importante.

Foto: Arquivo Paulinas


Entrevista com o autor

Márcio Costa é religioso da Congregação dos Irmãos Maristas. É bacharel em Teologia pela PUCPR, licenciado em Pedagogia pela Faculdade Mauá de Brasília e graduado em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília. Atua como psicólogo clínico e desenvolve assessorias para congregações na área de animação vocacional. Autor do livro “Despertar para a vocação”, deixa-nos este breve testemunho para reflexão.

Em minha trajetória como religioso irmão marista, sempre foi foco de missão a atuação e o processo de formação com animadores(as) vocacionais.

Compreendi desde o início da minha vocação o quanto era necessário estar atento e buscando aprofundar a animação vocacional. A inspiração para escrever meus livros veio desse contexto, mas sobretudo veio da motivação e do desejo de colaborar com os animadores vocacionais em sua prática e atuação junto aos jovens. 

O livro “Despertar para a vocação” traz um enfoque para a orientação vocacional ou profissional, servindo de subsídio para os animadores e animadoras vocacionais. Insisto em afirmar que precisamos vencer o imediatismo, ofertando processos vocacionais capazes de conduzir o jovem em seu discernimento e amadurecimento pessoal.

Antes de qualquer escolha pela vocação específica, os jovens podem mergulhar em sua própria humanidade, reconhecendo que são chamados por Deus ao sentido da vida; podem também conhecer Jesus Cristo, a razão pela qual conectamos nosso projeto de vida ao projeto salvífico da humanidade; e devem também conhecer a Igreja: o que é ser Igreja hoje? Como vivenciar os valores e a essência de ser Igreja na sociedade hoje? Esses elementos são essenciais e fundamentais aos jovens que seguem em tempo de acompanhamento vocacional.  

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