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Autismo, como identificar?

Saiba quais são os principais sinais para um diagnóstico preciso

Foto: Pexels.com

Nunca se viu tantos diagnósticos para o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) nos últimos anos. Acredita-se que esse crescimento pode estar diretamente ligado a uma onda muito positiva de buscas por mais informações e conhecimento sobre o assunto.

Estima-se atualmente que 1% da população mundial tenha algum grau de autismo. Porém, as referências se restringem a dados de pesquisas realizadas dos Estados Unidos, na Europa e na Ásia.

No Brasil, os diagnósticos confirmados para o TEA representam cerca de 2 milhões de brasileiros, mas é sabido que este é um número subnotificado diante de muitos que ainda não têm acesso à informação e a uma consulta médica de qualidade.

Receber o diagnóstico é motivo de tensão, ansiedade e insegurança para toda a família. E, por isso, é tão importante estar cercado de profissionais preparados, munidos de informações cientificamente comprovadas, que nem alimentem falsas expectativas, nem retirem das famílias o direito de apostar nas potencialidades de seus filhos.

“Somos hoje um grande grupo de pais e profissionais construindo conhecimentos sobre TEA, e isso faz uma grande diferença, pois dessa forma estamos minimizando o preconceito e gerando possibilidades para que a inclusão de fato aconteça, assegurando a esses indivíduos o direito de acesso e a garantia de permanência nos mais diversos espaços socioeducacionais com qualidade”, afirma o terapeuta ocupacional, especialista em Saúde Mental e autor do livro “Autismo azul e de todas as cores – Guia básico para pais e profissionais”, da Paulinas Editora, Wilson Candido Braga.

O que é?

O TEA é uma condição permanente que se manifesta desde tenra idade, persistindo por toda a vida, evoluindo para uma condição mais ou menos funcional, dependendo de como essa condição se apresenta em cada pessoa e como as intervenções foram iniciadas, realizadas e continuadas. Por isso a detecção, o encaminhamento e a intervenção precoce fazem toda a diferença para a garantia de um melhor prognóstico.

 

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É considerado pela neurociência como um transtorno neurobiológico, sensorial e de funcionamento cerebral, onde áreas cerebrais específicas funcionam de forma diferente daquela esperada para cada região que compõe o chamado “cérebro social” evidenciando dessa forma respostas inadequadas frente às demandas sociais.

A manifestação sintomática dos diversos quadros de TEA confundem a família e a muitos profissionais, daí a dificuldade para o fechamento de alguns diagnósticos. “Dependendo de cada nível de comprometimento, muitas pessoas com TEA podem apresentar dificuldades distintas: capacidade de comunicação social, criar laços de relacionamentos sociais representativos, aprender conceitos básicos e ser independente nas habilidades ou condutas adaptativas para uma vida funcional e autônoma”, explica Wilson Braga

Principais sinais para o autismo

De acordo com o terapeuta ocupacional, desde cedo muitos sinais já podem ser percebidos pela família, pela escola e por profissionais especialistas, garantindo assim a definição de um diagnóstico preciso e o encaminhamento adequado para o processo de intervenção.

  • Prejuízos na sucção;
  • Desmodulação sensorial - Hipo ou hipersensibilidade sensorial (tátil, visual, auditiva, olfativa, gustativa, cinestésica, vestibular e proprioceptiva); 
  • Dificuldades para fixação do olhar no rosto materno ou baixo interesse na busca pela face humana;
  • Comportamentos repetitivos ou ritualísticos com as mãos; 
  • Não desenvolvimento dos sons apropriados para a idade, ou atrasos significativos no processo de aquisição para a linguagem; 
  • Ausência de atenção compartilhada ou baixa receptividade às investidas da mãe e de outros parentes;
  • Dificuldades de interações com pessoas e preferência insistente por objetos, ou maior apego a objetos específicos, preferindo-os em detrimento das relações humanas; 
  • Transtornos do sono (quadros de possível indicador para insônia calma ou insônia agitada); 
  • Dificuldades na alimentação, seletividade ou restrição alimentar, dentre outros sinais.

 

Em busca de mais informações

Outros sinais podem ficar mais evidentes entre os 18 e 36 meses de vida. Dessa forma é importante fazer algumas perguntas e buscar uma avaliação multidisciplinar para maiores esclarecimentos:

  • Como tem se apresentado o desenvolvimento da linguagem nessa criança? 
  • Há sinais de possíveis atrasos quando comparada com outra criança em idade semelhante?
  • Como a criança estabelece a comunicação com seus pares (idades semelhantes) para que a interação social aconteça? 
  • A criança apresenta interesse ou atividade restrita, repetitiva ou interesse monotemático? 
  • A criança costuma emitir sons ou palavras descontextualizadas? 
  • A criança não responde quando chamada, parecendo apresentar deficiência auditiva?
  • Normalmente isola-se dos colegas em atividades que favoreçam a socialização?
  • Costuma apresentar movimentos repetitivos, com padrões estereotipados?
  • Como é sua forma de brincar? 
  • Apresenta dificuldades de abstração ou dificuldades na capacidade de criatividade e imaginação para jogos simbólicos?
  • Apresenta reações de desconforto ou agitação na presença de estímulos sensoriais? 
  • Por que acontecem essas alterações comportamentais? 

 

Foto: Frepik.com

Não esqueça: o conhecimento é o primeiro passo para a inclusão! “Essa inclusão deve começar em casa com a aceitação da família e deve se estender a cada profissional envolvido. Precisamos de espaços abertos que favoreçam a garantia de seus direitos e maiores possibilidades de acesso, permanência e estratégias de sucesso, por menores que alguns desses avanços possam nos parecer”, finaliza Wilson Braga.

 

Saiba mais:

“Autismo azul e de todas as cores – Guia básico para pais e profissionais”, da Paulinas Editora
Associação de Amigos do Autista

A Paulinas Livraria de Belo Horizonte, em parceria com a Paulinas Fortaleza e Paulinas Brasil, prepararam a 2ª Semana de Conscientização sobre o Autismo.

O projeto tem como objetivo contribuir para uma maior compreensão, colaboração e acolhimento de pessoas portadoras do transtorno do espectro autista (TEA).

Com serenidade e esclarecimento, pais, família, escola, catequistas e a sociedade como um todo, saberão ajudar e intervir da maneira mais apropriada. Assista as palestras sobre o asusnto nos vídeos.

II Semana de Conscientização sobre o Autismo - 2º DIA

II Semana de Conscientização sobre o Autismo - 3º DIA

II Semana de Conscientização sobre o Autismo - 4º DIA

II Semana de Conscientização sobre o Autismo - 5º DIA

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